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A História do Paraná é uma série de conhecimentos da história do Brasil, que se volta para o estudo dos fatos históricos a partir das primeiras expedições exploradoras, no século XVI, até hoje. Entretanto, a história estadual se inicia antes do descobrimento do Brasil, no momento em que os primeiros moradores do que é hoje o território do estado foram os três povos indígenas, a saber: tupi-guaranis, caingangues e xoclengues. As primeiras cidades fundadas no estado são Paranaguá, Curitiba, Castro, Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Guarapuava e Palmas. Os primeiros moradores das terras que hoje pertencem ao estado do Paraná durante a época em que os portugueses descobriram o Brasil, são os carijós na costa, do grupo tupi e os caingangues do .

No período pré-colonial, a região ficou, no século XVI, esquecida por Portugal e foi explorada por demais países, que buscavam especialmente madeira de lei. As mais importantes expedições foram as espanholas, trazendo os religiosos da Companhia de Jesus, que fundaram centros de povoamento no oeste do Paraná, estado cujo território pertencia em grande parte à coroa Espanhola. Entre 1521 e 1525, a região do quadrilátero fluvial formado pelos rios Paraná, Paranapanema, Tibagi e Iguaçu teria sido percorrida por Aleixo Garcia, liderando uma bandeira, a qual ultrapassou o Rio Paraná perto das Sete Quedas e chegou até a Cordilheira dos Andes.[1] Em janeiro de 1542, o conquistador espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca,[2] seguindo pelo Caminho de Peabiru, chegou às Cataratas do Iguaçu, sendo o primeiro europeu a descrevê-las, na sua obra “Comentários”.[3] Além de Cabeza de Vaca, também passaram pelo atual território do Estado do Paraná, os exploradores alemães Hans Staden, em 1549, e Ulrich Schmidl, em 1552.[4] Em 1554, Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas, foi fundada por Domingo Martínez de Irala, Governador do Paraguai. Posteriormente, há três léguas de Ontiveros, foi fundada a Ciudad Real del Guayrá, na foz do Rio Piquiri. Em 1576, os espanhóis fundaram à margem esquerda do rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo. Com três cidades e diversas “reduções” ou “pueblos” a região era à época conhecida como “Provincia Real del Guaira”. Nos primeiros anos do século XVII, depois de se descobrir ouro em terras paranaenses, os luso-brasileiros iniciaram a ocupação da região, através de bandeiras que saíam de São Vicente. Já em 1629, os estabelecimentos dos padres jesuítas, exceto Loreto e Santo Inácio, sofreram destruição completa dos bandeirantes paulistas e, em 1632, Antônio Raposo Tavares cercou e destruiu Vila Rica, último reduto espanhol com capacidade para que fosse oferecida resistência.

No Paraná, uma região aurífera foi descoberta, antes de Minas Gerais. Os povoadores se estabeleceram assim no litoral como no primeiro planalto paranaense. O povoamento era mais concentrado em Paranaguá, núcleo, por certa época, da sociedade mais meridional da América Portuguesa. Quarenta e quatro anos após Paranaguá ter sido fundada (1648), em 1693, Curitiba foi elevada à categoria de vila, sendo transformada no centro que comandaria a expansão territorial do Paraná. Era muito difícil explorar o ouro, porque não eram conhecidos métodos de exploração decentes, e também porque a mão de obra era escassa. Dessa forma, durante a descoberta de ouro em Minas Gerais, esse minério do Paraná deixou de ser totalmente importante. Apenas em 1820 o território ocidental do Paraná foi entregue à coroa portuguesa passando a ser politicamente anexo à Província de São Paulo, recebendo o nome de “Comarca de Curitiba”. O povo parnanguara começou a se dedicar à lavoura e o curitibano, à pecuária. Curitiba prosperou porque era necessário alimentar e transportar os mineradores das Minas Gerais. Com o Caminho Viamão-Sorocaba aberto, o qual fazia a ligação entre o Rio Grande do Sul e São Paulo por intermédio da região de Curitiba, teve início uma fase nova no histórico paranaense: o tropeirismo, o qual havia se estendido pelos séculos XVIII e XIX. Espalharam-se as fazendas de pecuária e a figura humana principal começou a ser o fazendeiro tropeiro, ou seja, aquele que vendia tropas de gado, principalmente muar.

A comarca de Paranaguá e Curitiba, que integrava a Capitania de São Paulo, foi fundada em 19 de novembro de 1811. Mesmo após a independência do Brasil ter sido proclamada, a região se subordinava continuamente à Província de São Paulo. Em 6 de fevereiro de 1842, Curitiba foi elevada à categoria de cidade por uma lei provincial paulista. Em 29 de agosto de 1853, enfim, o imperador Pedro II do Brasil assinou a Lei Imperial n.º 704, que criou a Província do Paraná, a qual foi criada por motivos diversos. Podem ser citados três: uma punição pela participação dos paulistas na Revolta Liberal de 1842, um acordo pelo apoio oferecido pelos paranaenses à Revolução Farroupilha e o cultivo lucrativo da erva-mate; Curitiba foi transformada em capital e Zacarias de Góis foi nomeado como o primeiro presidente da província. Naquele tempo, ademais do comércio de gado, a produção de erva-mate se expandiu muito. Devido à reduzida população provincial, foi iniciado um programa oficial de imigração europeia (especialmente poloneses, alemães e italianos), o qual colaborou para que fossem expandidas a colonização e o aparecimento de novas economias. Após a República ter sido proclamada (1889), intensificou-se o povoamento do Paraná, principalmente na região das terras roxas do norte do estado. Ali, fazendas cafeeiras e cidades se fixaram nos talvegues dos três rios: Paranapanema, Cinzas e Jataí. Durante a administração do presidente Floriano Peixoto, a Revolução Federalista e a Revolta da Armada repercutiram no Paraná, em que foram travados muitos combates. Em 1912, iniciou-se a Guerra do Contestado, duelo de oposição entre os habitantes empobrecidos da região que se situa dentre os rios Uruguai, Pelotas, Iguaçu e Negro, e as forças oficiais, além do Paraná e Santa Catarina disputarem a área, motivando a denominação e o conflito acabou em 1916.

Primeiros tempos

 
Capitanias do Brasil em 1534.

Até a metade do século XVII, o litoral sul da capitania de São Vicente, que atualmente faz parte do estado do Paraná, recebeu visitas esporádicas de europeus à procura de madeiras de lei.[5] No período de domínio espanhol, estimulou-se que os vicentinos contatassem com a bacia hidrográfica do rio da Prata e percorria-se a costa meridional com muita frequência. O litoral sul do Brasil era explorado com intermitência, ou seja, com intervalos momentaneamente interrompidos e isso motivou que indígenas e minérios fossem procurados.[6] Do litoral os paulistas foram adentrados para oeste, procurando indígenas, ao mesmo tempo que, a leste, na região onde atualmente encontram-se localizadas as cidades de Paranaguá e Curitiba, a principal atividade econômica era a mineração.[7]

As lendas nas quais os colonizadores acreditavam existir grandes jazidas de ouro e prata fizeram com que um sem-número de aventureiros fosse atraído à região de Paranaguá.[7] O nobre e militar português Salvador Correia de Sá, que em 1613 tomaria posse da superintendência das minas do sul do Brasil, ali esteve por três meses, no momento em que seu trabalho era feito por cinco especialistas contratados diretamente de Portugal.[5] Mas não foi encontrada nenhuma onça de ouro.[5][8] O visconde de Barbacena enviou para as minas do sul do Brasil o espanhol Rodrigo de Castelo Branco, que tinha profundos conhecimentos sobre as jazidas do Peru. Em 1680, uma carta foi escrita à bico de pena ao monarca lusitano demonstrando-o igualmente mais desiludido a respeito da lenda das minas de prata.[8]

 
Índios caiouás em 1860 no Paraná. Aos indígenas, o paranaense deve o nome de seu estado e de muitas de suas cidades.

Nos últimos anos do século XVII, abandonaram-se os sonhos dos grandes e ricos minérios, foi continuado o trabalho de extrair do ouro de aluvião, que se diz “de lavagem”, por meio do qual os poucos habitantes do litoral paranaense estiveram à procura de recursos para comprar produtos de outros lugares.[7] Ao saber que os índios fugitivos não desejavam ser exterminados, os colonizadores os colocavam para trabalhar na lavoura, na extração da madeira e outros serviços.[9] A utilização dos escravos vindos da África teve início no século XVIII[8] e de acordo com o censo de 1798 o número de escravos africanos era relativamente maior que o dos índios.[8]

Paranaguá, a primeira cidade fundada no atual território paranaense, elevou-se à categoria de vila por meio de uma carta régia datada de 29 de julho de 1648.[10] Foram formados com a vila de Paranaguá, os chamados campos de Curitiba, cuja altitude gira em torno de mil metros, apenas uma comunidade.[11] A economia de Paranaguá era baseada na agricultura e a pecuária nos campos.[11] Curitiba elevou-se à categoria de vila em 1693.[12] Aos poucos, Curitiba passou ser o centro urbano mais importante do Paraná,[11] e para isso decidiu-se construir a grandeza da estrada do gado, via de transporte estabelecida do Rio Grande do Sul até Sorocaba.[13] Castro é o primeiro município verdadeiramente paranaense,[14] a fundação do município ocorreu em 1778.[14] 3:20

Ciclo das tropas

Ver artigo principal: Tropeirismo no Paraná
 
Monumento ao Tropeiro no município da Lapa (PR).

A descoberta das minas de ouro de Minas Gerais teve como uma de suas consequências a grande demanda de gado equino e vacum.[15] Recorreu-se então aos muares xucros da região missioneira do sul,[8] tocados pela estrada ViamãoSorocaba, aberta em 1731.[16] Segundo Brasil Pinheiro Machado, a construção dessa estrada foi “acontecimento relevante na história paranaense”.[8] Desligou Curitiba do ciclo litorâneo,[8] distanciando-a socialmente de Paranaguá e incorporando-a ao sistema histórico das guerras de fronteira,[8] dando-lhe oportunidade de uma marcha para o sul, para o norte e para oeste,[8] de maneira que Curitiba passa a significar o caráter de toda a região que será a futura província”.[8]

Inaugurava-se assim o ciclo das tropas na história paranaense, que se estendeu até a década de 1870,[17] quando começou a era do transporte ferroviário.[8] Numerosos habitantes dedicaram-se ao rendoso negócio de comprar muares no sul, inverná-los em seus campos e revendê-los nas feiras de Sorocaba.[8] Foi essencialmente com a disseminação das fazendas de criação e invernagem que se fez a ocupação do território. Com base na propriedade das pastagens e no trabalho de escravos negros e índios, estabelecem-se as famílias que detêm o poder regional.[8] Graças às tropas que se estabeleciam ao torno de alguns rios, surgiram municípios como Lapa,[18] Ponta Grossa[19] e Castro.[14] 1:46

Expansão da atividade pastoril

 
Panorama de Curitiba, em gravura de Jean-Baptiste Debret, 1827.

Em princípio do século XIX, com o recrudescimento da guerra no sul,[20] tornou-se necessária, como parte da estratégia portuguesa, a ocupação das terras que pelo Tratado de Madri pertenciam a Portugal,[21] mas permaneciam abandonadas desde a destruição das missões jesuíticas pelos bandeirantes.[8]

Com o tríplice objetivo de ocupar o território, subjugar os índios e abrir caminho para as missões, em junho de 1810 uma operação militar atingiu os campos de Guarapuava,[22] que logo a seguir foram doados em sesmarias.[8] Os índios capturados foram distribuídos “pelos mais abonados moradores” e três décadas depois a região estava ocupada.[8][23] Tratava-se então de conquistar aos indígenas os campos de Palmas, o que foi feito em 1839[24] por duas sociedades particulares, rivais, que recorreram à arbitragem para evitar choque armado entre seus componentes. Completou-se assim em meados do século XIX, e graças à atividade pastoril, a ocupação dos campos do interior.[25]

Província do Paraná

 
Fac-símile da Lei Imperial n.º 704 de 26 de agosto de 1853, que deu autonomia ao Paraná.

Por alvará de 19 de fevereiro de 1811, foi criada a comarca de Paranaguá e Curitiba, pertencente à capitania de São Paulo. A 6 de julho do mesmo ano a câmara municipal de Paranaguá dirigiu-se ao príncipe regente para pedir a emancipação da comarca e a criação de nova capitania.[26] Dez anos depois, o movimento denominado Conjura Separatista, liderado por Floriano Bento Viana, formulou abertamente sua reivindicação separatista, mas ainda sem obter êxito.[27][28]

Apesar da atividade política expressa em sucessivas diligências e petições que tinham em vista a emancipação político-administrativa, e mesmo após a independência, continuaram os então chamados “parnanguaras” submetidos aos comandantes da tropa local, uma vez que o governo provincial estava longe e desinteressado daquelas terras.[8] A importância política e estratégica da região avultava com os anos e evidenciava-se com acontecimentos que repercutiram no plano nacional, como a Revolução Farroupilha (1835 – 1845) e a Revolução Liberal de 1842.[8]

Em 29 de maio de 1843, entra em primeira discussão o projeto de lei que elevava a comarca de Curitiba à categoria de província.[29] Durante os debates, destacaram-se os deputados de Minas Gerais e São Paulo.[29] Segundo os deputados paulistas, o verdadeiro motivo da criação da nova província, por desmembramento da Província de São Paulo, seria o de punir esta última por sua participação na Revolta Liberal de 1842.[29] Paralelamente, a economia paranaense, a par do comércio de gado, ganhava incremento com a exportação da erva-mate nativa para os mercados do Prata e do Chile.[8] Eram feitas promessas de emancipação, enquanto prosseguiam as representações e a luta no Parlamento.[8] Finalmente, a 28 de agosto de 1853 foi aprovado o projeto de criação da província do Paraná, que teria como capital provisória (que depois seria confirmada) o município de Curitiba.[30]

 
Depósito de erva-mate.

A 19 de dezembro do mesmo ano chegou à capital Zacarias de Góis e Vasconcelos, primeiro presidente da província, que desde logo se empenhou em tomar medidas destinadas a impulsionar a economia local e conseguir recursos para as ações administrativas que se faziam necessárias.[30] Procurou encaminhar para outras atividades, mormente de lavoura, parte da mão-de-obra e dos capitais que se empregavam no preparo e comércio da erva-mate.[23] O mais lucrativo negócio da província continuava a ser, no entanto, a invernada e a venda de muares para São Paulo.[23] Essa atividade chegou ao ponto mais alto na década de 1860 e só entrou em declínio no final do século.[23]

Durante o período provincial, o governo do Paraná não alcançou a necessária continuidade administrativa, já que a presidência da província, de livre escolha do poder central, teve nada menos de 55 ocupantes em 36 anos.[31] Os liberais paranaenses organizaram-se sob a liderança de Jesuíno Marcondes e seu cunhado Manuel Alves de Araújo, pertencentes à família dos barões de Tibagi e Campos Gerais, na época a mais poderosa oligarquia na região.[23] Os conservadores eram chefiados por Manuel Antônio Guimarães e Manuel Francisco Correia Júnior, de famílias que controlavam o comércio do litoral.[23]

Crise na sociedade pastoril

 
Serraria em plena floresta.

A decadência do comércio de muares acarretou crise em toda a sociedade pastoril do Paraná.[23] O grande patrimônio indiviso da família patriarcal, que abrangia vários núcleos familiares, já não podia prover a subsistência de todos.[23] Filhos de fazendeiros emigraram para as cidades, para São Paulo e para o Rio Grande do Sul.[23] Desde o início do século XIX o Paraná vinha recebendo imigrantes, dentro da política de preenchimento dos vazios demográficos.[23] Eram açorianos, alemães,[23] suíços e franceses, mas em pequeno número e sem condições de prosperidade.[23]

Em meados daquele século, embora contasse com uma população de cerca de sessenta mil habitantes, o Paraná continuava, do ponto de vista humano, um deserto irregularmente interrompido por dezenove pequenos oásis situados a distâncias imensas uns dos outros,[23] distâncias literalmente intransponíveis,[23] pois, além dos “caminhos históricos”, que dentro em pouco se saberia não serem os “caminhos econômicos”, nada havia que se pudesse chamar de rede de comunicações.[23] Esses dezenove oásis eram representados pelos dois municípios (Curitiba e Paranaguá);[23] pelas sete vilas (Guaratuba, Antonina, Morretes, São José dos Pinhais, Lapa, Castro e Guarapuava);[23] pelas seis freguesias (Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa, Jaguariaíva, Tibagi e Rio Negro)[23] e pelas quatro capelas curadas (Guaraqueçaba, Iguaçu, Votuverava e Palmas).[23] Curitiba tinha, na época, seis mil habitantes,[32] e Paranaguá, 6.500.[23] A população das vilas, freguesias e capelas oscilava, em geral, entre mil e cinco mil habitantes, de forma que a densidade efetiva, nos centros urbanos incipientes, era bem maior do que a média estatística (0,3 pessoa por quilômetro quadrado) faria supor.[23] Em compensação, na maior parte do território o vazio era absoluto.[23] Eram os campos gerais, a floresta, e a serra do Mar.[23]

No final do século XIX, a prosperidade econômica paranaense foi novamente impulsionada quando as ferrovias foram implantadas, porque isso possibilitou que a indústria de madeira crescesse, já que as matas de araucárias aos portos, como Paranaguá, e a São Paulo, eram ligadas por certas estradas de ferro. Em igual tempo, o transporte de muares desapareceu, e isso causou uma crise na sociedade pastoril.

Colonização

 
De Immigrant (O Imigrante), moinho em estilo holandês na colônia neerlandesa de Castrolanda, em Castro.
 
Descendentes de ucranianos na cerimônia de bênção dos alimentos na véspera da Páscoa de 2006, em Curitiba.

Na segunda metade do século XIX estimulou-se um tipo de colonização orientada para a criação de uma agricultura que suprisse as necessidades de abastecimento.[23] Providências conjuntas dos governos imperial e provincial permitiram o estabelecimento de núcleos coloniais nas proximidades dos centros urbanos, sobretudo no planalto de Curitiba, constituídos de poloneses que se instalaram principalmente na região norte de Curitiba formando bairros como Santa Cândida, Tingui e outros da região,[33] alemães,[33] italianos deram origens a bairros nobres como Santa Felicidade[33] e também a municípios da região metropolitana como São José dos Pinhais e Colombo que foi a maior colônia italiana do Paraná no final do século XIX até o século XX[33] e, em grupos menores, suíços, franceses e ingleses.[33] Esses contingentes de imigrantes imprimiram à fisionomia étnica do Paraná uma notável variedade e em alguns lugares do Paraná, por exemplo, no município de Castro e arredores se fala somente o holandês e em algumas outras regiões do estado se fala somente o alemão, italiano, ucraniano, polonês e até o japonês sem contar as línguas nativas de tribos indígenas.[23]

O número de escravos diminuiu muito, a partir da metade do século, sobretudo em virtude de venda ou arrendamento para outras províncias.[23] Um relatório do presidente do Paraná, em 1867, assinalou que o imposto arrecadado sobre escravos que seguiam para São Paulo “era quase igual ao imposto sobre animais”.[34]

A vinda de colonos atendia assim ao problema, agravado pela evasão da mão-de-obra escrava, da escassez e carestia dos produtos agrícolas.[23] Nas últimas décadas do século XIX, a construção de estradas de ferro e linhas telegráficas empregou colonos trazidos por sociedades de imigração.[23] Nesse período e no início do século XX, estabeleceram-se no Paraná mais de quarenta núcleos coloniais.[23]

República

 
Panteon dos Heroes, monumento aos legalistas que lutaram no Cerco da Lapa.

Desde o manifesto de 1870 ocorreram no Paraná manifestações esporádicas, e sem organicidade, de simpatia pela república.[23] Mesmo depois da fundação dos jornais Livre Paraná, em Paranaguá, e A República, em Curitiba, e da criação de clubes republicanos nos dois municípios, o movimento não chegou a se aprofundar.[23] Alguns paranaenses se destacaram na campanha republicana, mas fora da província.[23][35] Na Assembleia Provincial, contavam os republicanos com um só deputado, Vicente Machado da Silva Lima, eleito pelo Partido Liberal, e que foi figura de projeção nos primeiros anos do novo regime.[36]

O estado sofreu as consequências das várias crises políticas que marcaram os primeiros tempos da república[35] e somente em abril de 1892 viu promulgada sua constituição estadual, que vigorou até a vitória do movimento revolucionário de 1930.[35] Durante a revolução federalista, o Paraná foi palco de renhidos combates, já que em seu território se deu o encontro de tropas federalistas e legalistas. Abandonado o estado pelos federalistas, fez-se o acerto de contas.[37] Os “picapaus” assumiram então o poder e desencadearam a repressão contra os “maragatos”. Apesar de eventuais conciliações, tal divisão durou até 1930.[37]

 
Mapa do Paraná, 1934. Arquivo Nacional.

A província do Paraná deveria ter os mesmos limites da antiga comarca, em consequência do que se prolongou até a segunda década do século XX uma complicada questão de fronteiras com Santa Catarina, surgida desde a descoberta e ocupação dos campos de Palmas.[38] Com base na carta régia de 1749, Santa Catarina considerava seu o “sertão” que correspondia à costa, enquanto o Paraná se apoiava no princípio do uti possidetis.[35] Com a república, ambos os estados exerceriam sua competência de distribuir terras num mesmo território.[35]

Por três vezes Santa Catarina obteve ganho de causa no Supremo Tribunal Federal, mas o Paraná embargou as decisões. Nessa área é que se iria travar a campanha do Contestado.[35] Finalmente, em 1916, por decisão arbitral do presidente da república, fez-se a partilha da região em litígio, com o que ficou encerrada a questão.[39]

Questões agrárias

Em 1920, o Paraná ocupava o 13º lugar em população no Brasil, com cerca de 700 mil habitantes;[40] em 1960, o estado havia passado para o quinto lugar, com mais de 4,2 milhões de habitantes.[40] Esse aumento não se deveu apenas ao crescimento natural,[35] mas a intensas correntes migratórias internas,[35] pelas quais se deslocaram habitantes de outros estados para áreas até então incultas do Paraná.[35]

 
O cultivo do café impulsionou o crescimento do Norte do Paraná.

Desde o final do século XIX, lavradores paulistas e mineiros iniciaram a formação de fazendas de café no norte do estado,[35] rico em terras férteis, de solo conhecido como “terra roxa”.[41] A esse tipo de ocupação veio juntar-se a colonização dirigida, tanto oficial como particular.[35] Ocorreram também novas levas de colonos imigrantes, notadamente japoneses, italianos e alemães,[33] e com a experiência de empreendimentos semelhantes na Austrália e na África, em 1924, Lord Lovat visitou o Paraná[42] e três anos depois obteve do governo uma concessão de 500 mil alqueires de terra no norte do estado.[35] Fundou então a Paraná Plantation Ltd. que, ao lado da Companhia de Terras do Norte do Paraná e da Companhia Ferroviária do Norte do Paraná, executou o plano de colonização dessa zona.[35] O eixo da operação foi Londrina, que a partir daí cresceu em ritmo vertiginoso.[35]

Na região dos rios Iguaçu e Paraná, as matas eram há muito exploradas por empresas que comercializavam madeira e mate.[35] Desde a década de 1920 ocorria ali a ocupação espontânea por colonos gaúchos e catarinenses, em geral descendentes de alemães e italianos.[35] Após a revolução de 1930, anuladas numerosas concessões de terras, passou-se, por iniciativa do governo estadual e de particulares, à ocupação organizada, dirigida para a agricultura variada e a criação de animais de pequeno porte.[35]

Revolução de 1930 e intervenção

Manuel Ribas, interventor federal de 1932 até 1945.
O então governador do Paraná Moysés Lupion e o Diretor da CMNP Hermann Morais de Barros na década de 1950.
 
Unidade Monte Alegre da Klabin, fábrica de papel em Telêmaco Borba na década de 1940.

Deflagrada a revolução em outubro de 1930, já no dia 5 do mesmo mês seus partidários, com apoio de forças militares, apossaram-se do governo estadual paranaense, instalaram um governo provisório e substituíram as autoridades no interior.[43] Os revolucionários de 1930, os quais puseram Getúlio Vargas como presidente do Brasil, não precisaram encarar grande resistência no Paraná. As finanças públicas do estado estavam em completo desequilíbrio e a economia em crise.[35] Havia ainda a grave questão das terras devolutas do estado.[35] O general Mário Tourinho, primeiro interventor, foi substituído no governo por Manuel Ribas.[44] Este, eleito em 1935, foi confirmado como interventor pelo Estado Novo, em 1937, e permaneceu no cargo até 1945.[44] Na administração de Vargas, Manuel Ribas foi um forte aliado, o qual mereceu destaque por realizar obras de importância. São exemplos: o reaparelhamento do Porto de Paranaguá, a instalação da fábrica de papel da Klabin, a Estrada do Cerne, além de rodovias interligando algumas cidades do estado e da melhoria da educação, saúde e demais áreas. Ribas permitiu também a criação do Território Federal do Iguaçu, com desmembramento do oeste e sudoeste do Paraná.

Em 1943 o presidente Getúlio Vargas visitou as obras da construção da fábrica de papel da Klabin, unidade Monte Alegre, em Telêmaco Borba, e em 1946 a fábrica iniciou suas atividades.[45] Em 1953 o presidente Getúlio Vargas retornou ao Paraná para inaugurar a Usina Hidrelétrica Presidente Vargas, construída e administrada pela Klabin.[46][47]

Ao final da década de 1950 ocorre a Revolta dos Colonos (ou Revolta dos Posseiros), onde colonos repudiaram os sérios problemas de colonização da região sudoeste, que estabeleceu conflitos entre posseiros e as companhias de terras grileiras, e os governos federal e estadual. Surgiu então a figura do “posseiro”,[48] que tendia a se instalar no terreno que julgava do estado ou sem dono.[48] Passou a ocorrer também a venda múltipla, a compra do “não dono” e a “grilagem” em grande escala.[48] Na década de 1960, todas as terras do Paraná já estavam ocupadas,[48] mas, em seu processo de ocupação, a par do colono que comprava um ou mais lotes. Assim, a época foi também de conflitos e lutas agrárias, que se prolongaram por toda a segunda metade do século XX, sem qualquer solução duradoura no meio dos avanços da economia e da sociedade.[49]

Progressos e problemas

Tancredo Neves e Ney Braga na década de 1980. Braga foi governador do Paraná e presidente da Itaipu Binacional.

À medida que o governo estadual procurava tornar o Paraná o celeiro agrícola do país e um produtor de madeira capaz de levar a efeito amplos reflorestamentos, os conflitos fundiários não só continuaram como cresceram em intensidade.[49] Centenas de milhares de pequenos proprietários rurais e trabalhadores sem terra encenaram um êxodo rural que provocou um esvaziamento demográfico em mais de cinquenta municípios.[49] Tais emigrantes seguiram principalmente para o Centro-oeste e para a Amazônia, levando consigo sua concepção produtiva.[49]

No início da década de 1960, o Paraná sofreu muito com a estiagem, tempo seco e geadas. Neste período o estado concentrava cerca de 50% da produção nacional de café. Ao todo, eram 1,8 milhão de hectares de café, com uma média de 20 milhões de sacas colhidas.[50][51] Em 1963 o Paraná foi atingido por um grande incêndio florestal, um dos maiores incêndios ocorridos no Brasil no século XX.[52] O incêndio queimou cerca de 10% do território do estado, 8 mil imóveis em 128 municípios e matou mais de 100 pessoas.[53][54][55][56][57][58] Após esse período o Paraná iniciou um trabalho de prevenção contra incêndios criando assim um modelo de sistema de alerta de monitoramentos. Começou também a diversificação dos cultivos na agricultura que só foi intensificada após 1975, inclusive com a mecanização do campo.[51]

Ainda na década de 1960, entrou em operação a Usina Termelétrica de Figueira.[59] Sendo a única termelétrica localizada no estado que depende unicamente do carvão mineral. A iniciativa visava suprir a demanda por energia na região e explorar as minas de carvão em jazidas da principal bacia carbonífera do Paraná.[59]

 
Monumento erigido no Paraná em homenagem à trabalhadores do MST (Movimento dos Sem Terra). O projetista foi o arquiteto Oscar Niemeyer.

O ano de 1975 ficou marcado na história paranaense. Durante o inverno, uma intensa massa de ar polar atingiu o estado.[50] O Paraná registrou naquele ano temperaturas extremamente baixas, inclusive com uma intensa nevasca em Curitiba. Na madrugada de 18 de julho de 1975 ocorreu o fenômeno conhecido como “geada negra“, que não é em sentido estrito uma geada, mas sim uma condição atmosférica que provoca o congelamento da parte interna da planta (da seiva), deixando a planta escura, queimada e morta. As consequências para a agricultura foram devastadoras, dizimando as lavouras, principalmente toda a produção cafeeira. Para a economia do estado ocasionou prejuízos inestimáveis, provocando grande recessão econômica no Paraná.[50][51]

Entre as décadas de 1960 e 1970, na agricultura, a soja aumentava em trinta por cento o espaço que ocupava, substituindo outras culturas como a do café.[49] Também a indústria começava a dar saltos expressivos, como a instalação, em 1976, de uma fábrica de ônibus e caminhões em Curitiba[60] e o início do funcionamento, em 1977, da refinaria Presidente Getúlio Vargas.[61] Realizaram-se ainda nessa época os primeiros grandes melhoramentos que fizeram da capital paranaense um modelo de novas soluções urbanísticas: inaugurou-se a primeira parte das ciclovias da cidade[62] e surgiu o sistema de ônibus expressos.[63]

Aumentaram, no entanto, as disputas de terra, até mesmo em reservas indígenas,[49] assim como denúncias de graves perturbações ambientais causadas pelo crescente número de barragens para construção de usinas hidrelétricas nos rios Iguaçu, Paranapanema, Capivari e Paraná.[49] Em 1980, a colheita de soja atingia o recorde de 2.079 kg por hectare, maior do que a marca norte-americana até então alcançada,[64] enquanto a de trigo colocava o Paraná no primeiro lugar nacional, com 57% da produção de todo o país.[49]

Em 1982, o desaparecimento do salto de Sete Quedas, imposto pela necessidade de formar o imenso reservatório da represa de Itaipu, provocou intenso movimento de protesto.[65] Agravava-se também, ainda em meados da década de 1990, a questão da terra, com atentados e manifestações de trabalhadores sem terra.[49]

Estabilidade e desenvolvimento

 
Aerogeradores do parque eólico de Palmas.

O Paraná é um estado capaz de atrair investimentos, posição favorecida pela abertura da economia local em direção ao Mercosul.[66] Com o crescimento demográfico estabilizado nas três últimas décadas, a economia tem-se modernizado e se diversificado tanto no setor agrícola quanto no industrial.[66] Há auto-suficiência energética garantida pela hidrelétrica Itaipu e eficiente pólo exportador em Paranaguá.[66]

O aumento da participação do setor industrial na economia um dos fatores que têm contribuído para a população no estado.[66] Em 1997, três montadoras de automóveis – Renault, Audi e Chrysler – firmaram um acordo para instalar fábricas no Paraná.[66]

Apesar de atrair investimentos, o estado fechou ano de 1997 com um déficit de mais de 1 milhão de reais. Como conseqüência, as obras públicas estavam paralisadas, e o governo, falido, não conseguia honrar seus compromissos. Entre as principais causas da crise estavam a alta dos juros e a redução da arrecadação e o aumento dos salários do funcionalismo público.[67] Em novembro de 1999 foi inaugurado o parque eólico de Palmas, a primeira usina do tipo da região sul do país.[68]

Mudança política

 
Jaime Lerner, urbanista e arquiteto brasileiro, governou o Paraná de 1995 a 2003.

Antes de 1961, o Paraná era politicamente controlado por Moisés Lupion, por duas vezes governador (1947–1950, 1956–1961). Lupion foi sucedido por Ney Braga, amigo dos militares, também, ocupante do cargo por duas vezes (1961–1966; 1979–1982). Escolhido por voto popular nas eleições de 1982, José Richa foi governante do estado antes de 1986. Depois vieram os governantes eleitos Álvaro Dias (1987–1991) e Roberto Requião (desde 1991). Requião ficou no cargo até abril de 1994, quando foi sucedido por Mário Pereira, que concluiu o mandato. Em 1994, foi eleito o candidato pedetista, Jaime Lerner, que assumiu em janeiro de 1995, tendo Emília Belinati como vice-governadora. Emília Belinati foi a primeira mulher na vice-governadoria do Paraná e a primeira a assumir temporariamente o Palácio Iguaçu. Nas eleições de 1998 foram reeleitos.[69]

Ainda em 1998, o governador do Paraná, Jaime Lerner, sai do PDT e filia-se ao PFL, levando junto o prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, cinco deputados estaduais e a maior parte dos secretários de governo.[70] Entre os motivos para a saída estaria a falta de apoio do partido em uma possível candidatura do governador à reeleição.[66] Em 2000, privatizou o Banco do Estado do Paraná (Banestado), alinhado com a política de privatizações do governo do PSDB, Fernando Henrique Cardoso.[71] Em 2001, apresentou o projeto de privatização da Companhia Elétrica do Paraná (Copel), o qual foi rejeitado na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), devido a pressões populares.[72] Concedeu ao grupo acionista minoritário Dominó, o controle da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar),[73] a qual também estava sendo preparada para privatização.[74] Criou uma série de Organizações Públicas de Direito Privado como mecanismo de privatizar o serviço público.[74] Fez contratos suspeitos na área de informática pública, tendo mais de 450 milhões de reais de contratos rompidos pelo governo posterior, sem que houvesse nenhuma ação contra o estado pelo rompimento de contrato.[74]

Século XXI

Requião venceu as eleições em 2002, assumindo o governo em 2003. Segundo exigências do mercado europeu, em 2003 o governo do Paraná criou uma lei proibindo o plantio, a comercialização e o transporte de sementes geneticamente modificadas.[75] O Supremo Tribunal Federal (STF), porém, julgou a lei inconstitucional e libera o plantio de transgênicos.[76] Mas o governo manteve o embargo ao escoamento da produção de transgênicos pelo porto de Paranaguá.[76] Em 2005, foi sancionada a Lei de Biossegurança, que determinou a formação de uma Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) para regular a produção de transgênicos.[77] Em 2006, uma liminar concedida pela Justiça Federal permitiu o embarque da soja geneticamente modificada por Paranaguá.[78] Dados da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) revelaram que a taxa de sementes transgênicas de soja na safra 2008/2009 foi de 44% no estado.[79] Em outubro de 2008, a multinacional suíça Syngenta Seeds doou ao governo do estado a fazenda, no oeste do Paraná,[80] que foi palco de ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).[80] Ela deverá ser usada pelo governo como centro experimental de agroecologia.[80]

 
Arena da Baixada durante o jogo Irã e Nigéria pela Copa do Mundo FIFA de 2014.

Requião permaneceu no governo até setembro de 2006, se licenciando para concorrer a reeleição. Assumiu interinamente Hermas Brandão, presidente da Alep. Em 2007 Requião retornou ao governo após ser reeleito em 2006. Nas eleições de 2008, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), filho de José Richa, foi reeleito, com 77,27% dos votos.[81] Em novembro de 2009, o STF suspendeu a nomeação de Maurício Requião, para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).[82] O STF avaliou como nepotismo.[83] Richa deixou a prefeitura de Curitiba no início de 2010 para disputar o governo do estado, e seu vice, Luciano Ducci (PSB) assumiu.[84] Já Requião renunciou para concorrer ao Senado Federal, assumindo então seu vice Orlando Pessuti, que completou o mandato. Em outubro, Richa foi eleito governador no primeiro turno, com 52,43% dos votos.[85] Ainda em 2010, o Ministério Público Estadual denunciou esquema de desvio de cerca 100 milhões de reais da Alep, com a nomeação de funcionários fantasmas durante 16 anos, de 1994 até 2009. Cinquenta funcionários teriam participação do esquema, incluindo o ex-diretor da casa, Abib Miguel, que foi preso.[86]

Curitiba sediou os jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014, no estádio do Clube Atlético Paranaense, o Joaquim Américo Guimarães, conhecido como Arena da Baixada.[87] Ele foi reformado a um custo estimado de 184,6 milhões de reais.[88] Em 2014 a Klabin deu início ao maior investimento privado já registrado no estado do Paraná, com um aporte inicial de 5,8 bilhões de reais,[89][90][91][92] totalizando 21,4 bilhões de reais em dez anos.[93] Beto Richa foi reeleito em 2014. Richa continuou no governo do estado até abril de 2018, quando foi sucedido por Cida Borghetti, que concluiu o mandato. Cida Borghetti, que foi eleita vice-governadora em 2014, tornou-se a primeira mulher a assumir como governadora do Paraná de forma definitiva, após a renúncia de Beto Richa. Borghetti governou o estado de 6 de abril de 2018 até 1º de janeiro de 2019.[94] O atual chefe do executivo paranaense é Ratinho Júnior, eleito em 2018, que assumiu o cargo em 1.º de janeiro de 2019, tendo como seu vice-governador, Darci Piana

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