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Natal é um município brasileiro, capital do estado do Rio Grande do Norte, na Região Nordeste do país. Com uma área de aproximadamente 167 km², é a segunda capital brasileira com a menor área territorial e a sexta maior capital do país em densidade populacional, distando 2 227 quilômetros de Brasília, a capital federal.

Fundada no Natal de 1599, às margens do Rio Potengi, que separa a Zona Norte das demais, a cidade foi ocupada por holandeses entre 1633 e 1654, período no qual foi denominada de Nova Amsterdã. Seu crescimento foi lento nos três primeiros séculos de existência. Somente a partir do século XX, Natal passou por um intenso processo de modernização e, a partir da Segunda Guerra Mundial, sua população cresceu em um ritmo mais acelerado, especialmente nas décadas de 1970 e 1980.

Sua localização próxima à “esquina da América do Sul” chamou a atenção do Departamento de Guerra do Estados Unidos, que considerou Natal como “um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo”. Com o início das operações da primeira base de foguetes da América do Sul, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Parnamirim, Natal se tornou a “Capital Espacial do Brasil”. A construção da Via Costeira, uma rodovia entre o Oceano Atlântico e o Parque das Dunas que interliga as praias de Areia Preta e Ponta Negra, provocou um grande incremento no turismo local.

Com uma população estimada em quase 900 mil habitantes (2021), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Natal é o município mais populoso de seu estado, o sexto do Nordeste e o décimo nono do Brasil. Sua região metropolitana, formada por outros treze municípios do Rio Grande do Norte, possui mais de 1,5 milhão de habitantes, formando a quarta maior aglomeração urbana do Nordeste e a décima nona do Brasil.

Toponímia

Fundado em um dia de Natal, em 25 de dezembro de 1599, o nome do município tem origem no latim natale[7] (algo como “local de nascimento”).[8] Algumas vezes, o nome do município dentro de frases é antecedido de artigo masculino, como acontece em “do Crato“, “do Recife“, “do Rio de Janeiro“, entre outros. Em alguns sites e documentos oficiais, bem como no artigo 11 da constituição do Rio Grande do Norte, a cidade é referida com o artigo masculino: “A cidade do Natal é a Capital do Estado”.[9]

História

Fundação e ocupação holandesa

Fortaleza dos Reis Magos, marco de fundação da cidade, fotografada da Ponte Newton Navarro
Praça André de Albuquerque, o marco zero de Natal[10]

A história de Natal confunde-se em parte com a história do Rio Grande do Norte. A Capitania do Rio Grande teve início a partir de 1535, com a chegada de uma frota comandada por Aires da Cunha, a serviço do donatário João de Barros e do Rei de Portugal. O objetivo era colonizar as terras da região, tarefa esta dificultada pela forte resistência dos indígenas potiguaras e dos piratas franceses que traficavam pau-brasil. Estava iniciada a trajetória histórica da área situada na esquina da América do Sul.[11]

Em 25 de dezembro de 1597, uma nova esquadra entrou na barra do que hoje é o Rio Potengi. A primeira providência adotada pelos expedicionários foi tomar precauções contra os ataques dos indígenas e dos corsários franceses.[11] Doze dias depois, em 6 de janeiro de 1598, começou a ser erguida a Fortaleza da Barra do Rio Grande (que depois se tornou a Fortaleza dos Reis Magos), concluída no dia 24 de junho do mesmo ano.[12][13]

No ano seguinte, em 25 de dezembro de 1599, ocorreu a fundação de Natal,[14] em uma área demarcada por duas cruzes, que se estendia desde a atual Praça das Mães (limite norte) até a Praça da Santa Cruz da Bica (limite sul), ambas na Cidade Alta.[15] Não existe um consenso entre os historiadores acerca do real fundador da cidade, pois, durante a presença holandesa no Rio Grande do Norte, os documentos históricos sobre a fundação de Natal foram destruídos.[16] Alguns historiadores divergem entre Jerônimo de Albuquerque e Manuel de Mascarenhas Homem.[17] Já o historiador natalense Luís da Câmara Cascudo, em seu livro “História do Rio Grande do Norte” (1955), indica João Rodrigues Colaço como fundador da cidade:[18]

Em 1601, por alvará da Coroa Portuguesa, é criada a primeira paróquia do Rio Grande do Norte, onde hoje é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, antiga catedral arquidiocesana.[19]

Em 1631, uma frota de quatorze navios partiu do Recife e desembarcou em Ponta Negra com o objetivo de conquistar a capitania do Rio Grande, tentativa que, porém, fracassou.[20] Somente em dezembro de 1633 é que de fato teve início a ocupação holandesa, quando os holandeses, ao chegarem a Natal, feriram o capitão-mor do Rio Grande, Pero Mendes Gouveia, e tomaram a Fortaleza da Barra do Rio Grande, que passou a se chamar Castelo de Keulen.[21][22] O forte, que antes era de taipa, passaria a ser de alvenaria e Natal virou Nova Amsterdã, em referência à capital holandesa. A ocupação teve fim apenas em 1654, quando os holandeses foram expulsos pelos portugueses e Nova Amsterdã voltou a se chamar Natal. Os portugueses, por sua vez, retomaram a posse do território, expandindo-se em direção ao interior da colônia. Porém, tal retomada não ocorreu de forma pacífica e muito dos povos indígenas que habitavam a região foram perseguidos e dizimados. A estabilidade só viria no final do século XVII, quando Bernardo Vieira de Melo assumiu o governo da capitania.[12]

Do século XVIII ao XIX

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, o segundo tempo católico mais antigo da cidade, tombado em 1987[23]
Igreja de Santo Antônio, conhecida por “Igreja do Galo”, e o Museu de Arte Sacra, que contém exposições de diversos objetos sobre a arte religiosa do Rio Grande do Norte[24]

No início do século XVIII, teve início a construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, concluída em 1714. Foi na margem direita do Rio Potengi, em frente a essa igreja que, em 21 de novembro de 1753, um grupo de pescadores encontrou um caixote de madeira encalhado em umas rochas, onde hoje fica a Pedra do Rosário. Dentro dele, havia uma imagem de Nossa Senhora do Rosário e uma mensagem afirmando que nenhuma desgraça aconteceria onde a imagem parasse.[nota 1] Os pescadores comunicaram a descoberta da imagem ao pároco da paróquia, Padre Manoel Correia Gomes, que se dirigiu ao local e reconheceu que se tratava de uma imagem de Nossa Senhora do Rosário. A santa foi declarada padroeira de Natal e batizada como Nossa Senhora da Apresentação, pois em 21 de novembro a Igreja Católica celebra o episódio da Apresentação de Maria ao Templo de Jerusalém.[25][26] Ainda na segunda metade do século XVIII, foi erguida a Igreja de Santo Antônio, o terceiro templo católico de Natal, que ficou conhecida por “Igreja do Galo”.[27]

Em 1817, aconteceu a Insurreição Pernambucana e, no Rio Grande do Norte (na época parte da Paraíba, emancipada de Pernambuco em 1799), o movimento conseguiu a adesão do proprietário de um grande engenho de açúcar, André de Albuquerque Maranhão. Em 29 de março, Albuquerque tomou o poder na cidade e formou uma junta governativa que, porém, não obteve apoio popular. Com a derrota dos revolucionários em Pernambuco, o movimento perdeu força e André, incapaz se resistir, acabou por ser deposto e ferido no dia 25 de abril e preso na Fortaleza dos Reis Magos, onde morreu no dia seguinte.[17][28] Por alvará-régio de 18 de março de 1818, o Rio Grande do Norte se tornou uma unidade autônoma, desmembrando-se da Paraíba,[29] e Natal se tornou sua capital com a criação da comarca.

Em 7 de setembro de 1822, é proclamada a Independência do Brasil do Reino de Portugal em São Paulo, porém, devido à distância, a notícia demorou para chegar ao Rio Grande do Norte, que se tornou uma província do Império do Brasil. Em comemoração ao fato histórico, Natal, que tinha cerca de 700 habitantes na época, festejou a independência em 22 de janeiro de 1823.[12]

Em 1856, Natal ganhou o Cemitério do Alecrim, o primeiro da cidade.[30] Em 28 de setembro de 1881, foi inaugurada a Estação da Ribeira, a estação ferroviária mais antiga do Rio Grande do Norte, hoje administrada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).[31][32] Em 1888, a Câmara Municipal de Natal rebatizou a Praça da Matriz para Praça André de Albuquerque,[33] onde fica o marco zero de fundação da cidade,[10] em torno do qual estão importantes prédios históricos. Por fim, em 15 de novembro de 1889, com a queda do regime monárquico e a consequente Proclamação da República, o Rio Grande do Norte se transforma em um estado, permanecendo Natal como sua capital. A segunda metade do século XIX foi marcada pelo desenvolvimento da cidade a partir do ciclo do algodão, às margens do rio Potengi, na região onde hoje está localizado o Porto de Natal.[14]

Primeiras décadas do século XX

 
Fotografia antiga de Natal, datada de 1903

As primeiras décadas do século XX foram marcadas por uma intensa modernização da cidade.[34] Em 1901, foi criado o bairro Cidade Nova, que hoje corresponde aos bairros de Tirol e Petrópolis.[35] No dia 24 de março de 1904, foi inaugurado o Teatro Carlos Gomes,[36] atual Teatro Alberto Maranhão. No mesmo ano chegou a iluminação elétrica a gás acetileno, na atual Cidade Alta. Ainda em 1904, chegaram à cidade quinze mil pessoas vindas do interior do estado, castigado por uma grande seca que perdurava desde 1902, em busca de melhores condições de vida.[37]

Quatro anos depois, surgem os primeiros bondes de tração animal, que se estendiam da Rua Silva Jardim à Praça Padre João Maria.[34] Em 29 de dezembro de 1909, o Papa Pio X, através da bula Apostolicam in Singulis, criou a Diocese de Natal, desmembrada da Diocese da Paraíba, e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação tornou-se a catedral da nova diocese, cujo território abrangia todo o estado do Rio Grande do Norte. Seu primeiro bispo, Dom Joaquim Antônio de Almeida, foi nomeado no ano seguinte e empossado solenemente em 15 de junho de 1911.[26]

A Coluna Capitolina, vinda de Roma, doada à cidade por Benito Mussolini
O hidroavião francês Latécoère 300 sobre o rio Potengi, em 31 de julho de 1934

Dois fatos históricos são a criação do bairro do Alecrim e a inauguração do primeiro telefone e dos primeiros bondes elétricos, além da chegada do cinema. Foi também construída a primeira usina elétrica, substituindo a iluminação a gás.[34] Em 1912 teve início a construção de uma estrutura metálica, projetada pelo engenheiro francês Georges Camille Imbaul, a “Ponte dos Ingleses”, com uma extensão de 550 metros, cujo aço empregado em sua construção veio da Inglaterra. A inauguração se deu em 20 de abril de 1916, estimulando o comércio de Natal e também facilitando o acesso da capital com o interior do estado, que antes só era possível atravessando-se o Rio Potengi.[38][39] No censo de 1920, a população da cidade chegou a 30 696 habitantes, quase o dobro em relação ao censo anterior (16 596), realizado em 1900.[34]

Em 7 de setembro de 1922, quando o Brasil comemorou o centenário de sua independência, foi inaugurado o Palácio Felipe Camarão, que se tornou sede da intendência municipal, denominação das atuais prefeituras na época. O prédio recebeu sua denominação atual somente em 20 de maio de 1955 em referência a Antônio Felipe Camarão, um indígena que participou das lutas contra o domínio holandês no Brasil. O palácio abrigou a sede da prefeitura até 1966, voltando a esta função em 1979, após uma grande restauração.[40][41][42]

A partir de 1927, a cidade começaria a ter destaque na história da aviação, quando hidroaviões começaram a aterrissar sobre as águas do Rio Potengi.[43] Em 19 de março de 1928, o médico Januário Cicco funda a Maternidade de Natal, que recebeu o nome do seu fundador em 12 de fevereiro de 1950.[44] Em 1929 o cargo de intendente municipal fora transformado em prefeito e Omar O’Grady, que estava à frente da intendência desde novembro de 1924, torna-se o primeiro prefeito de Natal, permanecendo no cargo até 8 de outubro de 1930, quando todos os prefeitos do Rio Grande do Norte foram destituídos de seus mandatos, em meio a um movimento revolucionário.[45]

No Ano-Novo de 1931, o navio italiano “Lazeroto Malocello”, comandado pelo capitão de fragata Carlo Alberto Coraggio, chegou a Natal trazendo a Coluna Capitolina, parte das ruínas da Roma Antiga, doada pelo chefe de governo da Itália, Benito Mussolini. A doação ocorreu como forma de comemorar o primeiro voo de Natal a Roma, capital da Itália, ocorrido em 1928. Em 6 de janeiro de 1931, a capital foi visitada pela esquadrilha da Força Aérea italiana e, dois dias depois, a Coluna Capitolina foi solenemente inaugurada.[17][46] Em 21 de outubro de 1932, por decreto presidencial, foi criado o Porto de Natal, entrando em operação três dias depois.[47]

O Quartel da Salgadeira, atual sede da Casa do Estudante,[48] após a Intentona Comunista de 1935
Os presidentes do Brasil, Getúlio Vargas, e dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, durante a Conferência do Potengi, ocorrida a bordo do USS Humboldt em 28 de janeiro de 1943, com Harry Hopkins, conselheiro de Roosevelt (à esquerda) e Jefferson Caffery, embaixador dos EUA no Brasil (à direita)

Na noite de 23 de novembro de 1935, durante uma colação de grau do Colégio Marista no Teatro Carlos Gomes, eclodiu a Intentona Comunista, tendo como o alvo inicial o Quartel do 21º Batalhão de Caçadores (BC), atual Escola Estadual Winston Churchill.[49] Dois dias depois, a cidade foi dominada por rebeldes, responsáveis pela organização de um comitê popular revolucionário. Durante esse movimento, a população natalense passou por grandes dificuldades. Várias pessoas foram assassinadas e algumas das agências bancárias, armazéns e lojas foram saqueados. A revolta, que no dia seguinte chegou a Recife e no dia 27 ao Rio de Janeiro, perderia força com a chegada de tropas vindas do Ceará e da Paraíba,[50] provocando o abandono da cidade por parte dos rebeldes, que seriam reprimidos na Serra do Doutor, em Campo Redondo (agreste), enquanto se deslocavam com destino à região do Seridó.[17][51]

Segunda Guerra Mundial

Ver artigo principal: Natal na Segunda Guerra Mundial

Em 28 de janeiro de 1943, chegou ao porto de Natal o navio USS Humboldt, trazendo o presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, que voltava da Conferência de Casablanca, no atual Marrocos. Na ocasião, Roosevelt se reuniu com o presidente brasileiro, Getúlio Vargas. Este encontro resultou na Conferência do Potengi, um acordo que discutiu a entrada do Brasil no conflito e deu origem à Força Expedicionária Brasileira (FEB).[52]

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, a cidade continuou seu ritmo de crescimento e evoluiu com a presença de contingentes militares brasileiros e aliados, particularmente dos Estados Unidos.[53] Uma maior relação entre natalenses e militares estadunidenses foi estabelecida, com a realização de inúmeros bailes, tendo como consequência uma espécie de “entrada” de vários ritmos musicais vindos do exterior e, assim, uma mudança de hábitos do município.[17][53][54] A população da cidade, que era de 54 836 habitantes em 1940, quase dobrou em uma década, chegando a 103 215 pessoas em 1950.[55]

A localização de Natal próxima da “esquina da América do Sul” fez com que o Departamento de Guerra dos Estados Unidos considerasse a cidade como “um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo”, ao lado do Canal de Suez, no Egito, e dos estreitos de Bósforo, na Turquia, e Gibraltar, entre a África e a Europa.[56] Em 1942, os EUA planejaram invadir o nordeste brasileiro, apesar de o governo Vargas insistir na neutralidade.[57] Esta operação de invasão recebeu o codinome Plan Rubber.[58][59] Por sua posição geográfica estratégica, Natal foi considerada um alvo prioritário daquele plano de invasão.[58]

Do pós-guerra ao anos 1980

O natalense Café Filho é o único norte-rio-grandense que ocupou o cargo de Presidente da República
Busto de Djalma Maranhão, o primeiro prefeito eleito da história de Natal, na entrada da Câmara Municipal

Em 1946, na administração do prefeito Sylvio Pedroza, foi inaugurada a Avenida Circular, atual Avenida Presidente Café Filho.[36] Em 1949, teve início a construção do Farol de Mãe Luíza, inaugurado formalmente em 1951,[36] com 37 metros de altura.[60] No ano seguinte, pela bula Arduum Onus do Papa Pio XII, a Diocese de Natal fora elevada à dignidade de arquidiocese e Dom Marcolino Esmeraldo, bispo diocesano desde 1929, tornou-se seu primeiro arcebispo, permanecendo até sua morte em 1967.[26]

Em 24 de agosto de 1954, com o suicídio de Getúlio Vargas, o natalense Café Filho assumiria a presidência da República pelos quatorze meses seguintes, tornando-se, até os dias atuais, o único potiguar a ocupar o cargo.[61][62] Naquele mesmo ano, Djalma Maranhão seria nomeado pelo governador Dinarte Mariz para a prefeitura da cidade e, em 1960, venceria a primeira eleição direta para prefeito da história de Natal. Dentre as realizações de sua gestão está a campanha “De pé no chão também se aprende a ler”, que promoveu importantes avanços na educação do município.[63]

Em 1964, com a instauração de um regime militar no Brasil, Djalma teve seu mandato cassado e foi preso em quartéis do Exército na cidade, sendo ainda no mesmo ano transferido para Recife e depois para Fernando de Noronha. Após ser libertado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 1964, exilou-se em Montevidéu, no Uruguai, onde viveu até 1971, ano de seu falecimento.[63] Em 7 de setembro de 1965, foi inaugurado o Hotel Internacional dos Reis Magos, na Praia do Meio, que funcionou por trinta anos, até 1995,[64][65] e permaneceu abandonado até a sua demolição, em janeiro de 2020.[66] Em 12 de outubro de 1965, o Ministério da Aeronáutica oficializou a criação da primeira base de foguetes da América do Sul, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em área do município de Parnamirim, rendendo a Natal a fama de Capital Espacial do Brasil.[67]

No ano de 1967, foi elaborado o primeiro plano diretor de Natal e, cinco anos depois, foi inaugurado o Estádio Humberto de Alencar Castelo Branco (Castelão),[36] cujo nome foi alterado para Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado (Machadão) em 1989.[68] Em 26 de setembro de 1970,[38] a Ponte de Igapó, de concreto, substituiu a Ponte dos Ingleses, que começaria a ser desmontada, porém nunca concluída, estando a maior parte da estrutura metálica preservada até os dias de hoje.[39] Em 1974, foi instituído o Código de Obras do Município,[69] teve início a construção do Viaduto de Ponta Negra[70] e o marco de posse colonial é transferido de Touros para o Forte dos Reis Magos.[71] No ano seguinte foi asfaltada a estrada de acesso a Ponta Negra, que se transformou na Avenida Engenheiro Roberto Freire, e o trecho da BR-101 entre Natal e Parnamirim fora duplicado.[70]

 
A Via Costeira (RN-301), uma via expressa entre o Oceano Atlântico e o Parque das Dunas, impulsionou significativamente o turismo local a partir da década de 1980.[72] Ao longo de sua extensão estão os hotéis quatro e cinco estrelas da cidade.[73]

As décadas de 1970 e 1980 foram marcadas por um grande crescimento populacional em Natal:[74] entre os censos de 1960 e 1970 a população saltou de 160 253 para 264 379 pessoas, chegando a 416 898 habitantes em 1980 e a 606 887 em 1991.[55] Em 1983, Natal ganha seu centro de convenções[75] e, na madrugada de 25 de fevereiro de 1984, durante o Carnaval, ocorre a tragédia do Baldo, no qual dezenove pessoas morreram e outras doze foram feridas ao serem atropeladas por um ônibus, conduzido por Aluízio Farias Batista, que teria se vingado após saber da empresa que trabalharia além do seu expediente.[76] A tragédia paralisou o carnaval de Natal pelas duas décadas seguintes. Em 6 de abril de 1984, a cidade foi palco do movimento “Diretas Já“, quando mais de sessenta mil pessoas saíram às ruas e se reuniram no entorno da Praça Gentil Ferreira, defendendo a volta das eleições diretas para presidente da República.[77]

Após ter sido iniciada no final dos anos 1970, no governo de Tarcísio Maia, a Via Costeira, oficialmente Avenida Senador Dinarte Mariz (RN-301), foi entregue à população em 1985 pelo governador José Agripino Maia, permitindo um acesso mais rápido entre as praias de Areia Preta e Ponta Negra. Esta rodovia, entre o Oceano Atlântico e o Parque das Dunas,[78][79] provocou um grande incremento no turismo local,[72] especialmente em Ponta Negra, que de uma simples vila de pescadores se transformou em uma das áreas mais nobres e valorizadas da cidade.[80]

Nas eleições municipais de 15 de novembro de 1988, foi eleita a candidata Wilma de Faria,[81] que se tornou a primeira mulher prefeita da história de Natal. Seis dias depois, o arcebispo de Natal, Dom Alair Vilar Fernandes de Melo, no início do seu episcopado, inaugura a nova Catedral Metropolitana, substituindo a catedral antiga (Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação), que já não comportava mais o grande número de fiéis.[26]

Década de 1990-presente

 
Complexo Viário Senador Carlos Alberto de Sousa, no bairro Lagoa Nova, inaugurado em 2000 nas comemorações dos 400 anos de fundação de Natal

Em 12 de outubro de 1991, Natal recebeu a visita do Papa João Paulo II, durante sua terceira visita ao Brasil.[82] Naquele mesmo ano, ocorreu a primeira edição do Carnatal,[83] que já chegou a entrar para o Guiness Book como o maior bloco de rua do mundo.[84] Em 1996, Wilma foi eleita para seu segundo mandato à frente da prefeitura de Natal[81] e, em 16 de janeiro de 1997, por lei complementar estadual, foi criada a Região Metropolitana de Natal, na época constituída pela capital e outros cinco municípios potiguares.[85]

Em 1999 Natal completou 400 anos de sua fundação. Como parte das comemorações, foi inaugurado o Pórtico dos Reis Magos,[86][87] que dá boas-vindas para quem chega à cidade pela BR-101 sul. Em 25 de fevereiro de 2000, foi a vez do Viaduto do Quarto Centenário, ligando as avenidas Senador Salgado Filho e Prudente de Morais.[88] Naquele mesmo ano, a praia de Ponta Negra ganhou um calçadão de quatro quilômetros, com alguns quiosques ao longo de sua extensão, que substituíram as várias barracas de praia que ali existiam.[70] Ainda em 2000, Wilma foi reeleita para seu terceiro mandato, permanecendo à frente da prefeitura até abril de 2002, quando renunciou para disputar o governo do estado, vencendo as eleições e se tornando a primeira mulher eleita governadora do Rio Grande do Norte.[81] Em seu lugar, assumiu o vice Carlos Eduardo Alves, reeleito em 2004.[89] A partir de 27 de abril de 2005, começa a funcionar o Midway Mall,[90] empreendimento do Grupo Guararapes que logo se tornaria o maior centro de compras do Rio Grande do Norte.[91][92]

A Ponte Newton Navarro em janeiro de 2007, nos meses finais de sua construção
Protestos em Natal em 20 de junho de 2013, durante as Jornadas de Junho

Em 21 de novembro de 2007, três anos depois do início das obras da Ponte Newton Navarro, esta foi finalmente entregue e liberada para o tráfego de veículos.[93] A nova ponte, que conecta os bairros de Santos Reis e Redinha, foi construída como uma alternativa à Ponte de Igapó[94] e recebeu sua denominação em referência ao Newton Navarro Bilro, ilustre artista plástico natalense.[95] Em 31 de maio de 2009, Natal foi anunciada como uma das doze cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.[96] Em 2010, a Via Costeira tornou-se duplicada[79] e o Centro Histórico de Natal, que abrange partes dos bairros Cidade Alta e Ribeira, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), tornando-se patrimônio cultural.[97][98]

A partir de 27 de agosto de 2012, a cidade seria palco da Revolta do Busão, após a prefeitura anunciar um aumento de vinte centavos na passagem de ônibus,[99][100][101] que foi revogado pelos vereadores no dia 6 de setembro.[102][103] Em 28 de outubro de 2012, no segundo turno das eleições municipais, o ex-prefeito Carlos Eduardo foi eleito para seu terceiro mandato[89] e, apenas três dias depois, a prefeita Micarla de Sousa foi afastada do cargo pela justiça, em meio a denúncias de corrupção na secretaria municipal de saúde.[104] Até a posse de Carlos Eduardo, em 1° de janeiro de 2013, Natal trocaria outras duas vezes de prefeito em menos de dois meses.[105][106]

Em 15 de maio de 2013, dois dias após a prefeitura voltar a anunciar um aumento na passagem do ônibus, ocorreram novos protestos contra a medida, que se intensificariam no mês seguinte, tornando Natal pioneira nas “Jornadas de Junho“,[107] uma série de manifestações populares que inicialmente surgiram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público e se espalharam por todo o país cobrando várias reivindicações sociais e protestando contra a corrupção.[108] Em 22 de janeiro de 2014, depois de passar quase dois anos e meio em obras, foi inaugurado o estádio Arena das Dunas, construído no mesmo lugar onde ficava o Machadão.[109] O estádio sediou quatro partidas da Copa do Mundo, todas da fase de grupo do evento.[110]

Em outubro de 2016, Carlos Eduardo foi reeleito com folga no primeiro turno.[89] Empossado em 1° de janeiro de 2017, renunciou em 6 de abril do ano seguinte para disputar o governo do Rio Grande do Norte, assumindo em seu lugar o vice Álvaro Dias.[111] No pleito, a capital deu 80 mil votos de maioria ao ex-prefeito no primeiro turno, vantagem ampliada para pouco mais de 90 mil no segundo turno; mesmo assim, foi vencido por Fátima Bezerra no estado.[112][113] Em 2020, Álvaro Dias foi reeleito prefeito da cidade, permanecendo no cargo até os dias atuais.[114]

Geografia

De acordo com a divisão do IBGE vigente desde 2017,[115] a capital potiguar pertence às regiões geográficas intermediária e imediata de Natal.[116] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Natal, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Leste Potiguar.[117] Com uma área territorial de 167,401 km²[3] (0,317% do território estadual), Natal é a segunda menor capital brasileira em tamanho territorial, sendo maior apenas que Vitória, capital do Espírito Santo. Limita-se com os municípios de Extremoz ao norte, Parnamirim ao sul e Macaíba e São Gonçalo do Amarante a oeste, além do Oceano Atlântico a leste.[118]

O relevo do município, com altitudes inferiores a cem metros, é constituído pela planície costeira, que abrange uma série de terrenos planos de transição entre o mar e os tabuleiros costeiros, alterados pela presença de dunas. Natal situa-se em uma área de abrangência terrenos formados por sedimentos do Grupo Barreiras, oriundos da Idade Terciária, com a predominância variada de arenitos. Geomorfologicamente predominam os tabuleiros, formado por uma cobertura espessa de dois metros de areia, nas cores castanha ou vermelha, e borda coberta pelas dunas, que se estende por vinte quilômetros de comprimento, chegando em alguns pontos a atingir noventa metros de altura. Apenas no Parque das Dunas, elas são mais fixas e cobertas por vegetação nativa.[118][119]

O tipo de solo predominante é a areia quartzosa distrófica, com textura formada por areia, baixo nível de fertilidade e excessiva drenagem.[118][119] Há ainda os solos indiscriminados de mangue, nas margens do rio Potengi, e uma pequena porção do latossolo vermelho amarelo, no extremo sudoeste do município.[120]

O município possui seu território localizado dentro de um conjunto de quatro bacias hidrográficas, sendo a do Rio Potengi a maior delas, cobrindo 31,19% da área de Natal, seguido pela faixa litorânea oriental de escoamento difuso (30,9%) e pelas bacias dos rios Doce (23,43%) e Pirangi (15,3%).[119] Dois importantes rios de Natal são o Potengi, que nasce no agreste do Rio Grande do Norte e percorre 176 quilômetros, desembocando no Oceano Atlântico,[121] e o Jundiaí, afluente do Potengi.[122] Também se destaca o rio Pitimbu, que nasce no município de Macaíba, corta o bairro natalense de Pitimbu, na Zona Sul, e deságua na Lagoa do Jiqui, no município de Parnamirim.[123] Outros rios que cortam a cidade são o Guariju e o Jaguaribe.[119]

Pôr do sol no Rio Potengi, que faz a demarcação entre a zona norte de Natal e o restante da cidade

Clima

Maiores acumulados de precipitação em 24 horas
registrados em Natal (INMET) por meses[124][125]
MêsAcumuladoDataMêsAcumuladoData
Janeiro115,6 mm24/01/2011Julho253,2 mm30/07/1998
Fevereiro121,1 mm20/02/2020Agosto171,9 mm08/08/2008
Março135,1 mm13/03/2020Setembro125,6 mm04/09/2013
Abril142,6 mm12/04/1933Outubro47,3 mm25/10/1996
Maio189,8 mm30/05/1951Novembro51,9 mm30/11/2002
Junho244 mm05/06/1950Dezembro55,8 mm18/12/1963
Período: 01/01/1931 a 31/12/1970, 01/08/1983 a 31/12/1984 e a partir de 01/01/1986

Natal possui clima tropical chuvoso com verão seco,[119] com amplitudes térmicas relativamente baixas e umidade do ar relativamente alta, devido à sua localização no litoral, fazendo o efeito da maritimidade bastante perceptível.[126] A capital potiguar ostenta o título de Cidade do Sol em função de sua elevada luminosidade solar,[127] a maior dentre as capitais brasileiras, que ultrapassa 2 900 horas anuais.[125]

O índice pluviométrico anual é de aproximadamente 1 700 milímetros (mm),[125] concentrados entre os meses de março e julho.[128] As precipitações acontecem sob a forma de chuva, que podem vir acompanhadas de raios e trovoadas, embora pouco comuns, e ainda serem de forte intensidade.[129] Em algumas ocasiões pode ser registrada a formação de nevoeiro.[130] Chegadas de frentes frias, ainda mais raras, também podem acontecer.[131][132] Ventos mais fortes acontecem especialmente entre os meses de agosto e outubro, sendo que uma das rajadas mais fortes foi registrada em 18 de setembro de 2010, quando a velocidade do vento chegou a 70 km/h.[133]

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1931 a 1970, 1983 (a partir de 1° de agosto) a 1984 e desde 1986, a menor temperatura registrada em Natal foi de 14,8 °C em 28 de junho de 1959 e a maior atingiu 36,8 °C em 28 de fevereiro do mesmo ano. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 253,2 mm em 30 de julho de 1998, superando o antigo recorde de 244 mm em 5 de junho de 1950. Outros grandes acumulados iguais ou superiores a 200 mm foram 222 mm em 15 de junho de 2014, 216,8 mm em 2 de julho de 2008 e 210,4 mm em 9 de junho de 2008.[124][125] Julho de 1998, com 791,8 mm, foi o mês de maior precipitação.[134] De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE), o município apresenta uma densidade de descargas de 0,05 raios por km²/ano, estando na 163ª posição a nível estadual e na 5 544ª a nível nacional, sendo, portanto, um dos menores do país.

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