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Campos dos Goytacazes marcas e patentes
Dúvidas Frequentes de Marca.
O que é marca?
Marca é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços, bem como certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou especificações técnicas. A marca registrada garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo no território nacional em seu ramo de atividade econômica. Ao mesmo tempo, sua percepção pelo consumidor pode resultar em agregação de valor aos produtos ou serviços.
Como registrar?
Um pedido de registro de marca é feito pelo preenchimento de formulário, que deve ser entregue junto com o arquivo da imagem e procuração (se houver) ao INPI. O processo pode ser feito pela internet ou em papel.
A busca prévia é obrigatória?
A busca prévia de marca não é obrigatória. Entretanto, é aconselhável ao interessado realizá-la antes de efetuar o depósito, na classe (atividade) que pretende registrar seu produto ou serviço, para verificar se já existe marca anteriormente depositada ou registrada.
O que é registrável como marca?
A marca pode ser conferida para um produto ou para um serviço, contanto que tenha poder de distingui-lo de outros semelhantes ou afins. São registráveis como marca sinais visuais. Portanto, a lei brasileira não protege os sinais sonoros, gustativos e olfativos.
Posso registrar minha marca sem contratar um intermediário?
Sim. Você pode fazer o pedido de marca no INPI sem nenhum intermediário porem, não e aconselhável, pois existe o conhecimento técnico que só os especialistas possuem, e no caso de oposições ou ações judiciais, ter que contratar um profissional, assim, o processo poderá ficar bem mais caro, O mesmo vale para o acompanhamento do processo.
Quais são os direitos e deveres do titular de uma marca?
A marca registrada garante a propriedade e o uso exclusivo em todo o território nacional por dez anos. O titular deve mantê-la em uso e prorrogá-la de dez em dez anos.
Pessoa física pode requerer o registro?
A pessoa física pode requerer o registro de marca, desde que comprove a atividade exercida, através de documento comprobatório, expedido pelo órgão competente. Verifica-se a habilitação profissional diante do órgão ou entidade responsável pelo registro, inscrição ou cadastramento.
Como acompanhar o andamento do processo?
O acompanhamento é possível por meio do número do processo, através da consulta à Revista da Propriedade Industrial (RPI), o meio oficial de consulta, que está disponível gratuitamente no portal do INPI. A cada terça-feira é disponibilizada uma nova edição.
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Quando ocorre a perda do direito?
O registro da marca extingue-se pela expiração do prazo de vigência; pela renúncia (abandono voluntário do titular ou pelo representante legal); pela caducidade (falta de uso da marca) ou pela inobservância do disposto no art. 217 da Lei de Propriedade Industrial.
Quando pode ser efetivada a transferência de titularidade?
A petição de transferência pode ser efetivada a qualquer momento depois do depósito do pedido de registro de marca.
Qual é o tempo de duração de um registro de marca?
O registro de marca vigora pelo prazo de dez anos, contados da data da concessão, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos. O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro, mediante pagamento.
O que é direito do usuário anterior?
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Campos dos Goytacazes[nota 1] é um município brasileiro no interior do estado do Rio de Janeiro, Região Sudeste do país. Está localizado na região Norte Fluminense do estado. De acordo como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui uma população estimada de 514 643 habitantes,[1] é a mais populosa cidade do interior do estado, a sétima mais populosa do estado[3] e também o município com a maior extensão territorial do estado, ocupando uma área de 4 032,5 quilômetros quadrados.[1] Localizam-se no município, importantes universidades públicas e privadas do estado do Rio de Janeiro. Segundo o IBGE, Campos dos Goytacazes tinha em 2013, o sétimo maior PIB do Brasil e é até hoje o segundo maior do estado do Rio de Janeiro, sendo a cidade não capital com o maior PIB nacional naquele ano. Campos dos Goytacazes está na décima colocação, dos municípios mais populosos do interior do Brasil.
Em sua costa encontra-se a maior plataforma petrolífera do Brasil, a P-51 na Bacia de Campos, fazendo com que a cidade receba junto com Macaé, o título de Capital Nacional do Petróleo.[4]
Por ser a cidade polo da região Norte Fluminense, Campos funciona como cidade dormitório para os trabalhadores do Porto do Açu, o maior empreendimento porto-indústria da América Latina.[5]
Campos dos Goytacazes possui a segunda maior área urbana do estado com 222 quilômetros quadrados, ficando atrás apenas da capital estadual Rio de Janeiro e ocupando a décima sétima maior área urbana do Brasil.[6]
Campos e sua região eram originalmente habitadas pelos índios goitacás. Após o fracasso da capitania de São Tomé, a grande baixada foi atacada pela tribo goitacá. Durante o século XVII, diversas tentativas de ocupação da planície foram feitas, entretanto, todos que entravam em confronto com os índios eram dizimados. Somente com a chegada dos jesuítas e beneditinos na região, e da pacificação junto aos índios, é que as terras passaram a ser conhecidas pelos colonizadores e senhores de engenhos. A colonização de origem portuguesa de fato só se iniciou a partir de 1627, quando o governador Martim Correia de Sá, em reconhecimento devido ao heroísmo nas lutas contras os índios, doou algumas porções de terra da capitania aos Sete Capitães, que, em 1633, construíram currais para o gado, próximos da Lagoa Feia e da Ponta de São Tomé.
Os novos colonizadores pretendiam desenvolver a criação de gado na região, com o objetivo de aproveitá-los no trabalhos dos engenhos. Na enseada da Guanabara, não havia áreas para criação de gado, pois a área estava ocupada com a cana-de-açúcar. Desde então, começou a verdadeira ocupação de origem portuguesa da cidade de Campos. Os capitães, que moravam em seus engenhos no Rio de Janeiro e Cabo Frio, arrendaram quinhões de suas sesmarias, contribuindo assim para o crescimento da população. A criação do gado se multiplicou de forma assombrosa, tal como a diversificação de atividades. Algumas antigas lendas dizem que Campos recebera primeiro a energia elétrica do que o resto da América Latina, entretanto, o correto seria dizer que fora um de seus latifúndios, no caso, a atual Quissamã, local que pertencia a Campos na época de 1833.
Canaviais começaram a aparecer nas regiões mais elevadas da planície e a política, até então estável, foi quebrada com a chegada de latifundiários poderosos, entre eles, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, que abusou do poder e da posição (pois era o governador da capitania na época), estabeleceu parcerias com os religiosos, se beneficiavam na partilha da planície. Começaram, então, as lutas pelas terras. De um lado, herdeiros dos capitães, pioneiros, colonos, campeiros e vaquejadores; de outro, os Assecas, herdeiros de Salvador de Sá. Durante aproximadamente 100 anos, a capitania viveu em conflitos pela posse das terras, a Coroa chegou a retomar a terra várias vezes, mas, devido às crises vividas pela mesma, voltou para as mãos dos Assecas. Somente em 1752, com a compra da capitania e a contribuição pecuniária da própria população, é que a região foi finalmente pacificada.
No decorrer do domínio dos Assecas, a pequena propriedade predominava, mas também condicionada pelo meio natural, devido à inexistência de áreas contínuas de grande extensão, já que havia inúmeras lagoas. A partir do domínio da cana-de-açúcar, a região passou por um período de recuperação, mas continuava isolada da capital. No início dos anos 1800, toda a planície encontrava-se ocupada e partilhada, mas ainda restavam quatro latifúndios: Colégio dos Jesuítas e São Bento (correspondentes à cidade de Campos e seu entorno), Quissamã (primeira região da América Latina a receber energia elétrica), além da fazenda dos Assecas, onde surgiu o povoado da barra seca (atual município de São Francisco de Itabapoana).
No ano de 1833, foi criada a Comarca de Campos e, em 28 de março de 1835, a Vila de São Salvador é elevada à categoria de cidade, com o nome de Campos dos Goytacazes. A pecuária e o cultivo da cana-de-açúcar se estenderam pela planície entre o Rio Paraíba do Sul e a Lagoa Feia. Em 1875, a cidade tinha 245 engenhos de açúcar, com 3 610 fazendeiros estabelecidos na região. A primeira usina foi construída em 1879, com o nome de Usina Central do Limão, pertencente ao doutor João José Nunes de Carvalho. Devido à sua importância, Campos recebeu a visita de D. Pedro II quatro vezes.
Ao longo de sua história a elite política campista buscou em diversos momentos reivindicar para si a criação de um estado/província na região ou tornar-se a sede estadual/provincial do Rio de Janeiro. Empreenderam um movimento para desmembrar a vila da província do Espírito Santo e anexá-la ao Rio de Janeiro, tendo em vista transformar o seu potencial eleitoral em capital político na corte um movimento em direção ao sonho de a cidade de Campos ser a capital de uma nova província na nova configuração política administrativa e territorial do Império brasileiro. Já duante o período repúblicano, entre as diversas tentativas, destaca-se a que houve durante o governo de Edmundo de Macedo Soares e Silva, no final da década de 1940.[7][8][9][10]
Durante toda a república, a economia regional viveu períodos de altos e baixos em função do preço do açúcar internacionalmente, mas sempre mantendo sua importância no mercado na economia estadual e nacional. Ao final dos anos 1980, os municípios de Campos, Macaé e Conceição de Macabu, tinham uma agroindústria açucareira expressiva. A ascensão de São Paulo como maior produtor nacional, seus altos níveis de produtividade, além da expansão da área cultivada no Nordeste do país, aliados à falta de modernização do complexo campista, fizeram com que a região passasse a ser coadjuvante no contexto nacional. O endividamento de algumas usinas, obrigou muitas delas a se fecharem, atingido consequentemente a economia da região Norte Fluminense. A descoberta do petróleo na Bacia de Campos nos anos 1970 e a construção do Superporto do Açu tem contribuído para a recuperação da região nos dias de hoje.
Campos nasceu com o tamanho de toda região Norte e Noroeste Fluminense, exceto São João da Barra. O município, na época, fazia divisa com Nova Friburgo, Cantagalo, Cabo Frio e com estado de Minas Gerais, mas, com a emancipação da cidade de Itaperuna, perdeu metade do seu território. A partir da década de 1980, Campos perdeu cinco de seus antigos distritos, que, atualmente, formam os municípios de Italva e Cardoso Moreira.[carece de fontes]
O município de Campos dos Goytacazes abrange uma área total de aproximadamente 4 032 km²,[1] sendo o de maior extensão territorial do Rio de Janeiro, correspondendo a quase 10% do território estadual.
O município possui quatorze distritos: Campos dos Goytacazes (sede), Santo Amaro de Campos (3º distrito), São Sebastião de Campos (4º distrito), Mussurepe (5º distrito), Travessão de Campos (7º distrito), Morangaba (9º distrito), Ibitioca (10º distrito), Dores de Macabu (11º distrito), Morro do Coco (12º distrito), Santo Eduardo (13º distrito), Serrinha (15º distrito), Tocos (17º distrito), Santa Maria de Campos (18º distrito) e Vila Nova de Campos (20º distrito). O antigo distrito de Guarus (antes Guarulhos) foi anexado ao de Campos dos Goytacazes em 1967.[11] É deste distrito a origem do título de barão de Guarulhos.[12] O distrito de Goitacazes foi anexado à sede em 1967, desmembrado em 1981 e reanexado em 1983.[13] O antigo distrito de Murundu, criado em 1963, foi extinto em 1983, sendo anexado ao distrito de Santa Maria de Campos.[14] Por razões históricas, a numeração distrital não é linear. Goitacazes foi o 2º distrito, Guarus, o 6º distrito, Italva, o 8º distrito, Cardoso Moreira, o 14º distrito, São Joaquim, o 16º distrito, Doutor Matos, o 19º distrito, Murundu, o 21º distrito e Paraíso, o 22º distrito.
Na tabela abaixo, a distribuição da população do município, em cada um de seus distritos.[15]
Distrito | Área (km²) | População (2010) | Distância até a sede municipal (km) |
---|---|---|---|
Campos dos Goytacazes (sede) | 645 | 360 669 | – |
Santo Amaro de Campos (3º distrito) | 315 | 7953 | 36 |
São Sebastião de Campos (4º distrito) | 94 | 14 577 | 20 |
Mussurepe (5º distrito) | 201 | 11 937 | 30 |
Travessão (7º distrito) | 280 | 24 058 | 19 |
Morangaba (9º distrito) | 500 | 3790 | 41 |
Ibitioca (10º distrito) | 193 | 3002 | 19 |
Dores de Macabu (11º distrito) | 375 | 8579 | 36 |
Morro do Coco (12º distrito) | 187 | 4683 | 47 |
Santo Eduardo (13º distrito) | 243 | 4820 | 75 |
Serrinha (15º distrito) | 223 | 1193 | 56 |
Tócos (17º distrito) | 361 | 8164 | 21 |
Santa Maria de Campos (18º distrito) | 210 | 4009 | 70 |
Vila Nova de Campos (20º distrito) | 204 | 6237 | 42 |
Segundo o Censo 2010, o bairro mais populoso de Campos dos Goytacazes é Parque Guarus com 12.820 habitantes. O segundo maior é Centro com 10.071 habitantes. Em terceiro Parque Vicente Gonçalves Dias com 8.843 habitantes e em quarto Parque Novo Mundo com 6.984 habitantes.[16]
Segundo dados da estação climatológica principal do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Campos, a menor temperatura registrada desde 1931 ocorreu em 6 de julho de 1942, com mínima de 9,5 °C, e a maior atingiu 41,6 °C em 31 de outubro de 2012. O maior acumulado de precipitação em 24 horas no mesmo período chegou a 159,3 milímetros (mm) em 23 de dezembro de 1955.[17][18]
[Esconder]Dados climatológicos para Campos dos Goytacazes | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 40,2 | 40,8 | 39,4 | 39,2 | 36,4 | 35,2 | 36,6 | 38 | 39 | 41,6 | 40,3 | 40,8 | 41,6 |
Temperatura máxima média (°C) | 32,3 | 33,4 | 32,6 | 31 | 28,7 | 28 | 27,5 | 27,9 | 28,2 | 29,2 | 29,7 | 31,6 | 30 |
Temperatura média compensada (°C) | 26,9 | 27,5 | 26,9 | 25,6 | 23,3 | 22,2 | 21,7 | 22,1 | 23 | 24,2 | 24,9 | 26,3 | 24,6 |
Temperatura mínima média (°C) | 23,4 | 23,8 | 23,5 | 22,1 | 19,7 | 18,4 | 17,9 | 18,2 | 19,4 | 20,8 | 21,7 | 23 | 21 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 17 | 15,3 | 16,8 | 10,7 | 10,8 | 10,4 | 9,5 | 10,3 | 10,7 | 11,5 | 13,6 | 16 | 9,5 |
Precipitação (mm) | 127,7 | 64,4 | 120,4 | 66,6 | 62,6 | 31,1 | 34,9 | 29,6 | 57,5 | 78,7 | 159,9 | 148,2 | 981,6 |
Dias com precipitação (≥ 1 mm) | 8 | 6 | 9 | 7 | 6 | 4 | 5 | 4 | 6 | 8 | 11 | 11 | 85 |
Umidade relativa compensada (%) | 77,4 | 74,9 | 77,2 | 77,9 | 77,9 | 78,3 | 78 | 75,4 | 76,8 | 76,8 | 78,5 | 78,5 | 77,3 |
Horas de sol | 205,1 | 207,2 | 185,1 | 184,6 | 184,3 | 174,2 | 191,7 | 181,4 | 128,5 | 133,4 | 145,1 | 157,6 | 2 078,2 |
Fonte: INMET (temperatura e precipitação: normal climatológica de 1991-2020; umidade e horas de sol: normal de 1981-2010;[19] recordes de temperatura: 1931-presente)[17][18][20] |
[Esconder]Dados climatológicos para Campos dos Goytacazes (Farol de São Thomé)[17] | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 36,5 | 36,4 | 37,8 | 35,7 | 32,6 | 33,9 | 34 | 34,2 | 32,1 | 33,7 | 34,5 | 35,8 | 37,8 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 19 | 19,1 | 19,2 | 17,1 | 12,8 | 13,4 | 11,4 | 13,2 | 12,3 | 14,1 | 15,1 | 16,9 | 11,4 |
Fonte: INMET (recordes: 14/06/2008-presente)[21] |
Cor/Raça | Percentagem |
---|---|
Branca | 47,73% |
Parda | 37,08% |
Preta | 14,50% |
Amarela | 0,59% |
Indígena | 0,05[22]% |
O município de Campos dos Goytacazes é um dos principais centros políticos do estado do Rio de Janeiro desde o período colonial, quando foi referência tanto econômica como política para o Brasil. A história de Campos é rica em importantes acontecimentos políticos. O município foi um dos primeiros do Brasil a embarcar voluntários para a Guerra do Paraguai, em 28 de janeiro de 1865, pelo vapor Ceres. Foi a primeira cidade da América Latina a ter energia elétrica, em 24 de julho de 1883.
O movimento abolicionista também encontrou eco em Campos. A campanha abolicionista teve seu ponto alto em 17 de julho de 1881, com a fundação da Sociedade Campista Emancipadora, que propagava a luta pela emancipação dos negros, tendo, na pessoa do jornalista Luiz Carlos de Lacerda, o seu maior expoente. O grande vulto José Carlos do Patrocínio, o “tigre da abolição”, foi também um dos principais nomes da luta pelo fim da escravidão, que mudaria os destinos políticos do Brasil Imperial, preparando-o para a Proclamação da República do Brasil.
Nilo Peçanha, nascido em Campos dos Goytacazes em 2 de outubro de 1867, foi por duas vezes governador do Rio de Janeiro, de 1903 a 1906 e de 1914 a 1917. Foi eleito à vice-presidência da República nas eleições de 1906, junto com o presidente Afonso Pena. Com a morte de Afonso Pena em junho de 1909, Nilo Peçanha assumiu a presidência da Nação, cargo que ocupou até novembro do ano seguinte.
Anthony Garotinho, natural de Campos e prefeito da cidade de 1989 a 1992 e de 1997 a 1998, foi eleito governador do Rio de Janeiro nas eleições de 1998, cargo que exerceu até 2002.
Campos foi a primeira cidade da América Latina a receber luz elétrica. Em 1883, com a instalação de uma pequena usina termoelétrica na cidade, que fornecia energia para 39 luminárias de rua, responsáveis pela iluminação pública, foi criada a primeira companhia de eletricidade da América Latina. Na década de 1930, após vários anos de controle estrangeiro no sistema elétrico fluminense, o governo do estado passou a investir nessa área e em 1954, criou a Empresa Fluminense de Energia Elétrica (EFE).[23]
Em 1963, o governo fluminense decide redimensionar o setor energético estadual e cria a holding Centrais Elétricas Fluminenses S.A. (CEFL), que reúne diversas empresas deficitárias fornecedoras de energia elétrica, além da EFE, a Centro Fluminense de Eletricidade S.A (CEFE), a S.A Força e Luz Íbero-Americana e a Companhia Norte Fluminense de Eletricidade. Em 1967, a CELF incorpora todas as suas subsidiárias e passa a responder pelos serviços prestados por elas. Após da fusão do estado do Rio de Janeiro com o estado da Guanabara, em 1975, parte da CELF é vendida para a Companhia Brasileira de Energia Elétrica (CBEE), no ano de 1977, cujo controle era privado e passa, naquele ano, a ser de controle do estado do Rio. Em abril de 1980, a CBEE assume todas as operações da CELF e tem sua denominação alterada para Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro. Privatizada em leilão em 20 de novembro de 1996, durante o governo de Marcello Alencar continuou se chamando CERJ, uma vez que o governo do estado ainda detinha uma porcentagem na empresa. A CERJ só mudou sua denominação no início dos anos 2000, quando passou a se chamar Ampla, e atualmente chamada de Enel Distribuição Rio, após ser adquirida pela Enel Spa, companhia italiana.[24]
Em Campos, fica localizado o Cabo de São Tomé, também conhecido como Farol de São Thomé, Praia do Farol ou simplesmente Farol, é uma península em Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, no litoral do sudeste do Brasil. Dista 50 km a sudeste do centro da cidade de Campos.[25][26] O cabo foi formado por sedimentos depositados pelo Rio Paraíba do Sul. Foi avistado pela primeira vez por europeus em 1501.[27] O nome Farol de São Tomé se dá ao fato de na praia campista ter sido construído em 1882 o monumento do farol em comemoração do aniversário da Princesa Isabel. A obra foi projetada pelo engenheiro francês Gustave Eiffel, o mesmo que participou da construção da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque (1888), e da Torre Eiffel em Paris (1889). Tem 45 metros de altura e 216 degraus.[28][29]
Como atrativos naturais destacam-se:
Referência na área universitária por abrigar instituições como Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF), Instituto Federal Fluminense (IFF, antigo Cefet-Campos), Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Faculdade de Medicina de Campos (FMC), Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), Estácio de Sá, Universidade Candido Mendes (UCAM), Instituto Superiores do CENSA (ISECENSA), Centro Universitário Fluminense (Uniflu), Faculdade Batista Fluminense, e Faculdade Redentor (Facredentor) e por abrigar escolas de ensino médio na área particular como o Colégio João XXIII, pH Sistema de Ensino, Anglo Campos, CEFA Objetivo, Colégio Alpha, Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora,Colégio Externato Campista, Colégio Eucarístico, Colégio Pró-Uni, Instituto Dom Bosco Salesiano, Escola Adventista e na área pública como o Liceu de Humanidades de Campos, Escola Estadual Constantino Fernandes, Escola Estadual Thiers Cardoso, Escola Estadual João Barcelos Martins, IFF Campus-Centro, Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (ISEPAM) e E.T.E. Agrícola Antônio Sarlo, Colégio Estadual Alcebíades Schwartz (CEAS).
O principal meio de transporte em Campos são os ônibus, o município também possui o Sistema Alimentador, onde os micro-ônibus transportam os passageiros dos distritos, zona rural e litorânea até os terminais de integração.
Os ônibus são divididos em três consórcios.
Área 1, Consórcio Planície, corresponde as empresas Auto Viação São João e Jacarandá, os seus ônibus utilizam as cores branca e verde.
Área 2, Consórcio União, corresponde as empresas Turisguá, São Salvador e Siqueira, os seus ônibus utilizam as cores branca e amarelo.
Área 3, operado pela empresa Rogil, os seus ônibus utilizam as cores branca e azul.
Campos possui dois terminais rodoviários: a Nova Rodoviária Roberto Silveira e a Rodoviária Shopping Estrada, além do Terminal Urbano Luis Carlos Prestes, localizado na Beira-Rio, área central da Cidade.
O transporte aéreo possui voos para Vitória (ES), Macaé (RJ), São José dos Campos (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Seguro (BA) e para a cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Na Praia do Farol de São Tomé, fica localizado o heliporto da Petrobras, que leva os funcionários das plataformas da bacia de Campos.
Campos possuía um dos maiores entroncamentos ferroviários do Brasil entre a Linha do Litoral, Linha Campos a Miracema, o Ramal Santo Antônio de Campos e o Ramal de Barão de São José, todos pertencentes à antiga Estrada de Ferro Leopoldina. Ao longo dos anos, foram mantidas apenas as duas primeiras linhas para os transportes de cargas e de passageiros enquanto que os dois últimos ramais foram extintos.
Pela Linha do Litoral, o município mantém uma ligação estratégica com a capital fluminense Rio de Janeiro e com o estado do Espírito Santo, principalmente com sua capital, Vitória. Na Linha Campos a Miracema, a cidade mantém a ligação com os municípios fluminenses de Aperibé, São Fidélis e Santo Antônio de Pádua, já que o trecho final da linha até Miracema foi extinto no início dos anos 70. Por muitos anos, manteve-se como uma importante rota ferroviária entre ambas as linhas, onde no qual, a Estação Ferroviária de Campos sempre vivia em intenso e constante movimento.[34]
Os trens de passageiros de longa distância da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), sucessora da Leopoldina na administração de ambas as linhas férreas, realizaram suas últimas paradas na Estação Ferroviária de Campos na primeira metade dos anos 1980, cujas saídas eram direcionadas a Cachoeiro de Itapemirim, ao Rio de Janeiro e à cidade mineira de Recreio (passando por Santo Antônio de Pádua).[35][36][37] Desde então, ambas as linhas ficaram restritas ao transporte de cargas e em 1996, foram concedidas à Ferrovia Centro Atlântica.[38]
No ano de 2007, o transporte ferroviário de passageiros em Campos foi reativado em caráter emergencial pela estatal CENTRAL, para atender aos moradores da cidade prejudicados com a mobilidade urbana, após a interdição de duas pontes rodoviárias sobre o Rio Paraíba do Sul. Essa medida resultou na Linha Campos da Central, um ramal de subúrbio que ligava o Centro da cidade até o bairro de Guarus, reaproveitando-se de um trecho de 2 km da Linha do Litoral da Leopoldina. Após a reconstrução de ambas as pontes rodoviárias, o ramal foi desativado em 2008.[39]
Desde 2017, a Estação Ferroviária de Campos abriga em sua parte interna o Museu Ferroviário da cidade, mantendo seu pátio ferroviário para entrada e saída de trens cargueiros da FCA e para uma futura implantação de trens turísticos ou de longa distância na região pelas autoridades locais.[40][41][42]
A cerâmica, o couro, a palha e a madeira são os materiais de destaque em seu artesanato.[43]
Na culinária, além da cachaça e da goiabada cascão, o suspiro e o chuvisco são famosos. Havendo grande tradição cultural e política na região da chamada Baixada Campista.[44][45]
O Mercado Municipal de Campos, uma grande feira livre, que possui 465 bancas e 46 boxes de peixaria. No prédio central, do lado externo, estão 52 pontos de venda e, na parte interna, 116 boxes.[46]
As principais instituições culturais de Campos dos Goytacazes são:
Uma biblioteca municipal também é um dos lugares do turismo de uma cidade e e conforme a lista do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas .[49] o município de Campos dos Goytacazes tem as seguintes bibliotecas municipais:
O grupo de teatro há mais tempo em atividades ininterruptas na cidade é o Grupo Nós do Teatro, fundado em 22 de agosto de 1995 pela professora Kátia Macabu é fundamentado nos trabalhos realizados a partir do ano de sua fundação com o projeto “Teatro na Escola” em sua instituição de origem o Instituto Federal Fluminense (IFF), hoje o grupo não possui mais vinculação com a instituição e atua de forma independente, outro grande em atividade com reconhecimento local é a Cia de Arte Persona, fundada em 1999. Atualmente, a cidade conta ainda com o curso superior de Licenciatura em Teatro no Instituto Federal Fluminense (IFF).
Campos possui ainda o grupo de teatro de rua Moinho Cênico, que teve origem no Curso de Teatro do Instituto Federal Fluminense (IFF), que conta com projetos de formação continuada de artistas e professores de teatro, além de oficinas de teatro de rua. Ainda dentro do contexto do IFF, Campos possui o Coletivo Artístico Saravá, coletivo de teatro negro e de performances urbanas, que coproduz e participa de ações de extensão, pesquisa e experimentação artística.[50][51][52][53][53][54]
Campos dos Goytacazes é o primeiro município do norte e noroeste fluminense a ter os cursos superiores de artes: Licenciatura em Música e Licenciatura em Teatro, ambos no Instituto Federal Fluminense (IFF).
Inspirado nos modelos da Bauhaus, Escola de Ulm e ESDI/UERJ, o município também possui o primeiro curso superior de Design Gráfico do norte e noroeste fluminense, funcionando também no Instituto Federal Fluminense.[55][56][57]
Mercedes Baptista foi uma bailarina e coreógrafa brasileira, a primeira negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.[58]
Baptista foi a responsável pela criação do balé afro-brasileiro, inspirado nos terreiros de candomblé, elaborando uma codificação e vocabulário próprio para essas danças.[59][60]
O seu Ballet Folclórico Mercedes Baptista foi responsável pela consolidação da dança moderna do Brasil.[60] Segundo a pesquisadora Mariana Monteiro, da UNESP:
“ | Mercedes estruturou uma aula de dança afro, com barra, centro e diagonal. Criou uma gramática corporal específica, a partir da observação das danças do candomblé e do folclore e acabou sendo de enorme importância para o aperfeiçoamento dos bailarinos…[61] | ” |
Em 2010, o censo do IBGE apontou que o município de Campos tem uma maioria católica de 232,5 mil moradores, equivalentes a 51% dos habitantes. Os demais se dividem entre evangélicos, vários religiões e ateus, sendo que os evangélicos somam 144 mil moradores; 63,8 mil não têm religião; 10,9 mil são espíritas; 3,5 mil são de outras religiões cristãs e 3,8 mil são Testemunhas de Jeová.
Campos possui, desde 1922, uma diocese própria para atender a população católica, criada pelo Papa Pio XI. Além da diocese, no território de Campos também foi criada em 2002 pelo Papa João Paulo II, a Administração Apostólica São João Maria Vianney, que utiliza exclusivamente o rito romano e a disciplina antiga da Igreja, dessa maneira enquanto os fiéis católicos são atendidos pela Diocese, os fiéis católicos do mesmo território ligados a missa antiga, são atendidos pela Administração,[62] formando por isso, uma situação única no mundo no direito e na liturgia da Igreja Católica.
A cidade possui templos de igrejas evangélicas, como a Primeira Igreja Batista de Campos, a Igreja Universal do Reino de Deus (sede), a Igreja Evangélica Semear, a Igreja Bola de Neve, a Igreja Batista de Eldorado, a Primeira Igreja Batista de Goytacazes, Igreja Batista da Paz, Igreja Cristã Maranata e Assembleia de Deus.
A cidade de Campos dos Goytacazes tem, como principais clubes de futebol: o Americano Futebol Clube (1914), campeão do campeonato brasileiro de seleções estaduais, representando o estado do Rio de Janeiro e campeão brasileiro do módulo Azul ambos em 1987, é o único clube da cidade que teve um atleta convocado para uma Copa do Mundo, trata-se de Poly, na Copa do Mundo de 1930; o Goytacaz Futebol Clube (1912), vice-campeão do Campeonato Brasileiro Série B em 1985 e detentor da 5ª maior torcida do estado; o Clube Esportivo Rio Branco (1912), o único clube no Brasil a vestir a cor rosa em seu uniforme principal, é também o clube que Didi defendeu antes de sair de Campos para conquistar o mundo. Didi foi bicampeão mundial e criador da folha seca no futebol, nome dado ao efeito Magnus que a bola era submetida no chute, desviando sua trajetória; e o Campos Atlético Associação (1912), conhecido como Roxinho devido às cores do seu uniforme (roxo, preto e branco), clube este fundado por negros em 26 de outubro de 1912. O antigo Leão da Coroa, como era chamado, fez fronte a seus adversários enquanto vigorou a disputa do Campeonato Campista, que veio a ter fim por volta da década de 70 face a fusão do antigo estado do Rio de Janeiro com o estado da Guanabara, o que marcou negativamente a estrutura do futebol do interior fazendo com que muitas equipes, principalmente de Campos e Niterói, desaparecessem do cenário futebolístico. Somado a isso, o profissionalismo cada vez premente fez que estas equipes se perdessem no tempo, mas nunca na memória e principalmente no coração de seus torcedores.
O clássico citadino, entre o Americano e o Goytacaz, conhecido como Goyta-Cano, é um dos maiores clássicos de futebol do interior do estado do Rio de Janeiro, por reunir as equipes mais vitoriosas da região, que se confrontam desde a década de 1910.
Campos tem como principal estádio, o Estádio Ary de Oliveira e Souza.
Campos é referência no esporte e cidade sede de equipes renomadas no Estado como a equipe Nova União, Aliance, Tawanda, Appolo. É o berço de campeões como Ari Santos, que tem sido destaque no MMA. Além disso, promove diversas atividades relacionadas à pratica do esporte, bem como: Campeonatos, Congressos, Projetos Sociais. A cidade têm sido cada vez mais reconhecida através de inúmeros atletas que disputam e vencem campeonatos de jiu-jitsu pelo Brasil afora, com destaque para Ari Santos, Matheus Silva (Pururuca), Thiago Martins (Bambu), Lucas Velemen (Pezão), Alexandre Manske, entre outros. A cidade conta ainda com vários centros de treinamento de alto nível, como: Arena Champ´s, Setor Fitness, Centro de Treinamento Nova União, Centro de Treinamento Vitor Santos.
Campos tem a equipe de basquetebol em cadeiras de rodas da ONG Esporte Sem Fronteiras,[63] que detém vários títulos (campeões fluminenses em 2003, 2004 e 2006, campeões regionais 2004, 2006 e 2008, onde enfrentaram equipes de Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, além de campeões internacionais da Copa Vindimia, disputada na cidade de Mendonza, na Argentina, nos anos de 2004 e 2006)
A cidade tem um judô bastante competitivo, tendo tido, nos últimos anos um avanço inédito no ranking estadual. Em 2009 e 2010, a equipe Projex-ADFL (Associação Desportiva Fernandes Leandro) trouxe dois títulos inéditos de campeonato por equipe no circuito estadual e títulos sul-americanos, colocando o nome da cidade nos anais do esporte campista. Posteriormente a equipe saiu da academia Projex deixando de ser Projex-ADFL e ficando apenas como ADFL, equipe que continua dando títulos inéditos para a cidade, ficando inclusive entre as 10 melhores equipes do estado por dois anos seguidos.
Em Campos dos Goytacazes, no dia 6 de agosto, é realizada a segunda prova ciclística mais antiga do Brasil, desde 1944,[64] tendo, como o seu idealizador, Gerardo Maria Ferraiuoli, o “Patesko”, prova que faz parte do circuito nacional e que atrai alguns dos melhores atletas do país. Destaca-se na prática da modalidade downhill, tendo uma das melhores pistas do Brasil no Morro do Itaoca. A pista é bastante técnica e proporciona uma das melhores visões da cidade.
O “Solar dos Ayrises“, situado na zona rural deste município, seria o ambiente que teria inspirado Bernardo Guimarães ao escrever seu famoso livro “A Escrava Isaura“, obra fictícia romântica; nela o autor registrou: “Era nos primeiros anos do reinado do Sr. D. Pedro II. No fértil e opulento município de Campos de Goitacases, à margem do Paraíba, a pouca distância da vila de Campos, havia uma linda e magnífica fazenda. Era um edifício de harmoniosas proporções, vasto e luxuoso, situado em aprazível vargedo ao sopé de elevadas colinas cobertas de mata em parte devastada pelo machado do lavrador (…) A casa apresentava à frente as colinas. Entrava-se nela por um lindo alpendre todo enredado de flores trepadeiras, ao qual subia-se por uma escada de cantaria de seis a sete degraus. Os fundos eram ocupados por outros edifícios acessórios, senzala, pátios,currais e celeiros, por trás dos quais se estendia o jardim, a horta, e um imenso pomar, que ia perder-se na barranca do grande rio.
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